No meio do caminho entre o Recife e Maceió, próxima a destinos turísticos consagrados dos dois lados da fronteira Pernambuco-Alagoas - como Tamandaré e Maragogi -, São José da Coroa Grande quer deixar de ser apenas uma rota de passagem. Para isso, o município mais ao sul do litoral pernambucano, a 119,7 quilômetros da capital, aposta em novos empreendimentos privados e numa joia até pouco tempo quase escondida dos visitantes.
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Somente em dezembro de 2019 a Praia de Gravatá, uma das últimas inabitadas do Estado, ganhou um acesso público por terra. A partir do km 114 da PE-60, são cerca de cinco quilômetros em estrada de barro para chegar ao pequeno paraíso, localizado no distrito de Abreu do Una.
Emoldurada por um extenso coqueiral encravado em areias brancas, de frente para um mar azul de águas rasas e calmas, Gravatá é puro sossego.
Tudo o que as amigas Adriana Araújo e Márcia Vieira, ambas promotoras de Justiça no Rio de Janeiro, buscavam quando decidiram vir de férias com os filhos para o Nordeste. “Estamos hospedadas em Maragogi, mas lá estava lotado de gente, assim como Carneiros”, conta Adriana. “Soubemos desse lugar no hotel e finalmente encontramos a tranquilidade que queríamos”, emenda Márcia.
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Conversamos com as turistas no Beach Club Pé na Areia (@Penaareiabeachclub), primeiro receptivo instalado na Praia de Gravatá, há apenas dois meses. Com investimento de R$ 1 milhão, o espaço oferece toda a estrutura de bar, restaurante, redário, fraldário, balanços, parquinho infantil, chuveirões e banheiros bem equipados para o visitante passar o dia (das 9h às 17h), além de servir como ponto de partida para passeios na região.
Há desde opções náuticas - lancha (R$ 85), catamarã (R$ 70), jangada (R$ 40) e caiaque (R$ 40/40 minutos) - até buggy (R$ 60), trilha ecológica em quadriciclo com acompanhamento de guia (R$ 240) e mergulho de cilindro autônomo (R$ 250, incluindo embarcação, equipamentos, instrução e fotos subaquáticas).
“Nosso objetivo é concretizar aquele ideal pé na areia que os viajantes têm quando fecham os olhos e pensam na nossa região”, enfatiza Tedd Albuquerque, um dos sócios do beach club, que há 35 anos mora em São Paulo e agora retorna à terra natal para gerir o negócio.
Segundo ele, um dos destaques do empreendimento é a adoção do conceito de sustentabilidade, seja no mobiliário oriundo de madeira de reflorestamento, seja na adoção de canudo reciclável e banimento do plástico até a contratação exclusivamente de trabalhadores locais. “Atualmente são 18, mas o quadro deve ser ampliado quando também aumentarmos a capacidade de 200 para 500 clientes.” O crescimento, diz Tedd, se baseia tanto nas parcerias com operadoras, como a Luck, Pontual e Costa Azul, quanto na entrada do Pé na Areia no roteiro de Turismo de Casamento (New Wedding).
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No cardápio do Pé na Areia, em que naturalmente despontam os frutos do mar, o carro-chefe já é o Peixe à Praia de Gravatá, prato exclusivo da casa com filé de dourado ou pescada amarela, camarões salteados, creme de abóbora e tomate, acompanhados de batatas ao murro. O caldinho de polvo e a agulhinha crocante também fazem sucesso, em conjunto com drinques tradicionais.
Antes ou depois do almoço, a depender da maré, navegar é preciso para nadar com os peixinhos e descobrir curiosidades como a origem do nome de São José da Coroa Grande. Até abril de 1962, o município pertencia à cidade vizinha de Barreiros e se chamava apenas São José, em referência ao santo padroeiro local. E a coroa grande? Basta se aproximar das piscinas naturais para matar a charada: a denominação é inspirada nas enormes croas, bancos de areia, que emergem nas marés baixas.
Também vem do tupi “Karagwa'ta” o nome da praia de Gravatá, assim como o da cidade do Agreste pernambucano, em ambos os casos em referência às bromélias que tanto se enraízam nas areias do Litoral, quanto brotam na aridez da caatinga e emergem do charco dos manguezais.
A aula de geografia e história em campo, ou melhor, no mar é um plus para quem tiver a sorte de percorrer a região com o experiente guia de turismo e professor da rede municipal de ensino Saulo Gomes Ferreira (81 986065620 / @guia_sauloroberto). Nascido e criado em São José, ele conhece como poucos os recantos mais exclusivos e interessantes do lugar, além de contar muitos causos sobre os personagens locais.
Aprender é bom e na companhia de saberés, sargentos, mariquitas, bodiões e cancans fica ainda melhor. Os peixinhos coloridos parecem se multiplicar enquanto você vai margeando os corais de máscara e snorkel. Haja bateria na GoPro pra dar conta de tanta beleza. E se faltar tecnologia, pouco importa, porque as imagens daquelas águas cristalinas reluzindo nas pedras dificilmente sairão da cabeça.
A diversidade da fauna ali se explica. São José está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinha do Brasil, que se estende por 413 ha, do município pernambucano de Rio Formoso a Maceió, e abriga pelo menos 185 espécies de peixes, além de cinco das 15 linhagens endêmicas de corais registradas no Brasil.
Para os visitantes, a vantagem é a proximidade das piscinas naturais, que se espalham por sete quilômetros de faixa litorânea. Ao contrário das galés de Maragogi, que estão a cerca de 5 km da costa, em São José da Coroa Grande elas ficam a aproximadamente 800 metros dos pontos de embarque e estão super bem preservadas.
De acordo com o porte das formações, é possível fazer a visita em jangadas, lanchas e até catamarãs. Três delas são as mais visitadas. A Prainha, chamada assim pela extensão, é a que costuma receber mais gente. É comum ver por lá grupos de amigos que levam cooler com bebidas e até espreguiçadeiras para passar parte do dia, como se estivessem mesmo à beira da praia.
Já a Lagoa Azul e Areinha, essa última de frente para a praia de Gravatá, são mais reservadas e impressionam pela cor e transparência da água. Como o fluxo de turistas ali é menor, não raro você pode ter a piscina de águas mornas todinha pra você. Um luxo! E que sai super em conta comparado a destinos badalados.
Os passeios custam a partir de R$ 40 e costumam durar entre duas e três horas, com paradas em três pontos. Se for com o barqueiro conhecido como Barreira (81 99930-7000), que leva até 10 pessoas por vez, o roteiro pode ser combinado e incluir parada no banco de areia junto ao encontro do Rio Persinunga com o mar, que marca a divisa náutica entre Pernambuco e Alagoas. Pescador desde muito jovem, há 12 anos Barreira se dedica ao turismo e diz que a atividade é das mais gratificantes. “Já viajei muito por essa costa, mas poder mostrar as belezas do meu lugar aos visitantes não tem preço”, ressalta.
Quem quiser garantir imagens profissionais dentro d’água para “bombar” nas redes sociais tem a opção de contratar serviços como o da São José Foto Sub (@saojosefotosub), que acompanha os clientes nos barcos e cobra R$ 30 por pessoa para entregar uma média de 30 fotos e um vídeo.
Já no catamarã ZonMar (@zonbarzonbar / 988585557), o diferencial é o serviço de bordo com bebidas e petiscos servidos pelo próprio dono do barco, Breno Sanguinetti. Ele conta que também é possível garantir o almoço no pacote, que acontece no ZonBar.
A simpática barraca de praia da família fica quase no Centro de São José e serve a melhor fritada de aratu da região. A pequena sai por R$ 60 e serve muito bem duas pessoas, acompanhada de arroz e pirão. “A cioba de um quilo (R$ 85) também é muito pedida”, entrega Lícia Sanguinetti, tia e sogra de Breno, que mantém o bar há 24 anos com o marido, Zonari, de onde vem a originalidade dos nomes dos empreendimentos da família. Nos meses de janeiro, as areias por ali são animadas por um disputado torneio de futvôlei promovido pelo bar.
Ainda na área de praia mais próxima ao Centro, uma novidade desta temporada é o receptivo e beach club Miráculo (@miraculobeachclub). O espaço de 4.200 m2 abriga seis ambientes, todos com vista para o mar e capacidade para 550 pessoas. Além de bar e restaurante, há gazebos mais intimistas para grupos de até 15 pessoas (R$ 200 de consumação mínima), redário e lojas de conveniência, esportes náuticos e moda praia.
Um dos sócios do empreendimento, Tarso Vasconcelos, diz que o investimento foi de R$ 5 milhões, motivado pelo crescimento do turismo na região. Segundo ele, em dois meses de funcionamento, o negócio superou as expectativas, com 80% de ocupação. “Estamos em um lugar privilegiado, que só tende a atrair mais visitantes. Por isso, precisávamos de uma estrutura com mais conforto”, ressalta, acrescentando que a casa conta com 52 funcionários, com a perspectiva de contratar outros 10 quando o bar na areia estiver funcionando.
Chama atenção o tamanho da cozinha, de 79 m2, de onde saem as delícias inspiradas no mar e no mangue assinadas pelo chef Antônio Pedrosa. Peixes cavala, dourado e arabaiana, camarão vila franca e mariscos fresquinhos pescados ali mesmo nos bancos de areia formam a base do menu, em que se destaca o Fettuccine al Mare, guarnecido de camarão, lagosta, peixe, polvo, mexilhão, anéis de lula e marisco ao molho de coco (R$ 90 para duas pessoas). O local abre para almoço e jantar, das 9h às 22h.
Vizinho ao Miráculo, também entre a pista e a praia, está o Restaurante Calamares (@calamaresrestaurante), praticamente uma instituição de São José da Coroa Grande. “Chegamos em 1984, quando ainda não havia nada”, lembra Adriana Belo, chef de cozinha e uma das sócias da empresa familiar que mantém no Recife o tradicional Talude e já comandou o Maricota.
Amplo, charmoso e ventilado, o Calamares recebe uma clientela fiel que visita o Litoral Sul ou está a caminho de Alagoas e busca por um padrão de qualidade garantido.
O cardápio variado inclui desde moquecas, sinfonia marítima e um inigualável arroz de polvo até picanha na chapa. Mas é o Rolinho Pernambucano (massa de tapioca com gergelim, cream cheese e teriyaki) que faz os comensais suspirarem. Curiosos também são os croquetes de banana-da-terra com carne de sol e maionese de acerola. Os horários de funcionamento variam, mas nas sextas e sábados é das 11h às 23h.
É difícil querer sair do mar e da mesa, mas há outras preciosidades a conhecer também por terra em São José da Coroa Grande. E a melhor maneira de fazer isso é de buggy (R$ 160 para até quatro pessoas pela associação de bugueiros - @buggysaojose).
O principal destino neste caso é a Várzea do Una, distrito a 9 km da sede da cidade. A partir da vila caiçara, chega-se à Pedra Grande, através da Fazenda São Francisco.
Apenas com profissionais credenciados o visitante tem acesso ao lugar. Do alto da colina, descortina-se uma visão panorâmica do vale, que reúne em 360 graus o caudaloso Rio Una em seu traçado rumo ao mar, o verde dos coqueirais, os bancos de areia e pequenas ilhas fluviais.
A tranquilidade vista de cima contrasta com o passado colonial efervescente daquelas paragens. Por meio de vagões puxados por locomotiva, a Central Açucareira Barreiros, no município vizinho, despachava a maior parte da produção de cana da Zona da Mata Sul até o Porto da Vila de Gravatá, de onde era escoado em barcaças por aquelas águas até o Recife, para seguir viagem ao Rio de Janeiro.
De origem vulcânica, a própria Pedra Grande é um atrativo à parte para quem gosta de esportes radicais. Praticantes de rapel costumam se reunir ali pelo menos uma vez por mês para descer a rocha enquanto aprecia a vista. O grupo Rapel Superação (@rapel_superacao) cuida da infraestrutura e da segurança. Lá embaixo, o catamarã Amazônia Azul (@amazoniaazulpe) recebe os aventureiros, para um passeio que segue pelas piscinas naturais. Com duplo deck, o Amazônia Azul comporta até 54 pessoas e permite apreciar as belezas do entorno de um ângulo privilegiado. A atividade completa custa R$ 100. A próxima está agendada para 29 de março.
De volta à Vila da Várzea do Una, imperdível é a visita ao Museu do Una (@museudouna), aberto de sexta a domingo, das 11h às 17h. Fundado em 22 de abril de 2000, em homenagem aos 500 anos do Brasil, o espaço preserva a memória da cultura popular local.
Nasceu do sonho de um engenheiro chamado Bertrando Bernardino de promover um local de integração dos moradores. O acervo contempla cartas náuticas, mapas, livros, artefatos de trabalho de pescadores e canavieiros, réplicas em miniatura de embarcações, fotos dos personagens que fizeram a história do lugar e até exemplares da fauna litorânea, como um inusitado peixe-lua encontrado por ali há mais de dez anos. Conta-se no museu que se trata de um dos dois únicos exemplares expostos no Brasil. O outro estaria em São Paulo.
Na área externa do museu, o destaque é para uma das locomotivas que transportavam açúcar na região e para a homenagem ao saudoso Mestre Zuza (José Rodrigues de Barros), carpinteiro autodidata e criador do famoso estaleiro que até hoje faz escola no Litoral Sul.
Aproveite a passagem pela Vila da Várzea do Una para sentir esse espírito de um lugar cujo “relógio é guiado pela tábua das marés”, como os pecadores gostam de repetir. Na pequena orla ribeirinha, a vida parece mesmo passar mais devagar, enquanto os barcos deslizam sobre as águas e as crianças brincam em meio às garças.
No fim da tarde, é hora de se aventurar em jangadas para se surpreender com a coloração do mangue-vermelho e encantar-se quando o corredor formado pela vegetação se abre ao encontro das águas do Rio Una com o Oceano Atlântico e revela o istmo que marca a transição.
Mais à frente, está a Ilha da Fantasia, na verdade um banco de areia batizado assim pela população local porque só aparece no verão e se dissipa no inverno. Real é a beleza do pôr do sol naquele cenário onírico.
Embora estejam na faixa litorânea os principais atrativos de São José da Coroa Grande, a área rural também reserva pontos interessantes, especialmente ligadas ao passado açucareiro da região. Caso do Engenho Morim, que faz o visitante viajar no túnel do tempo até o século 18. Não por acaso, a propriedade é citada no Livro Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre. O engenho tem vários espaços ainda preservados, com destaque para a casa-grande com seus generosos alpendres, o banheiro carrapaticida, as casas de moradores, a estrumeira e as ruínas de uma capela.
Como em qualquer cidade pequena, a vida noturna de São José da Coroa Grande se resume ao centrinho em torno da bucólica Igreja Matriz de São José.
Por ali estão algumas das boas opções para jantar à noite. Caso da Pizzaria Cia. da Macaxeira, onde a especialidade, como o nome entrega, são as pizzas com massas feitas à base de mandioca. O lugar é todo charmosinho, com decoração “instagramável”, que remonta à matéria-prima principal da casa.
No cardápio, há 30 sabores disponíveis (sendo três doces) - das tradicionais mussarela, calabresa e marguerita à Cia. da Macaxeira (com carne de sol e pimenta biquinho, além de molho de tomate, cebola, azeitona e orégano). De acordo com o proprietário, Thiago Antunes Figueiroa, 33 anos, a aposta na macaxeira foi para ter um diferencial em relação às pizzarias tradicionais. Ele garante que ali as redondas só levam 20% de trigo. Pelo menos 200 pizzas são produzidas por noite na alta estação. Com a demanda crescente de turistas de toda a região, Thiago já pensa em se mudar para um espaço maior, que comporte, inclusive, uma adega. Hoje, as bebidas estão restritas a sucos e refrigerantes. É sentar, comer e partir.
Para a sobremesa, aposte nos sabores inusitados da Gelatom Sorvetes Artesanais, que incluem de pitomba a macaíba (!).
Sem um grande hotel na cidade, São José da Coroa Grande dispõe apenas de pousadas e hostels, que somam cerca de 600 leitos.
À beira-mar, a que tem a melhor estrutura é a Vivenda Oriente (@pousadavivendaoriente), com piscina e uma área interna espaçosa onde os coelhinhos da proprietária fazem a alegria da criançada. São 23 apartamentos, um deles com banheira de hidromassagem, e capacidade para 60 pessoas. Também conta com serviço de massagem. Recentemente, a área onde é servido o café da manhã foi repaginada para fazer o hóspede se sentir em casa. As diárias variam de R$ 280 a R$ 386 o casal com café da manhã.
Com uma bela gameleira bem no meio da propriedade, a Stella Maris (@pousadastellamaris1) é outra que tem clima de residência de verão, com uma proposta ainda mais pé na areia. De propriedade do casal Kelly Lins e Claudemir Chagas, a pousada conta com 10 quartos, para até 30 pessoas e diárias a partir de R$ 180 (casal com café da manhã).
Também funciona como receptivo, de onde partem vários passeios pela região. Para quem deseja só passar o dia, o restaurante funciona das 10h às 22h, com cantinhos super acolhedores para relaxar com vista para as piscinas naturais.
Na entrada da cidade, a Villa Goyá (@pousadavillagoya) é uma das mais recentes, com 45 quartos e espaço para até 400 pessoas.
Tem piscina interna e deve passar por uma reforma para receber redário e ampliar o restaurante, conta o proprietário, Alessandro Mendes, que é goiano, mas se apaixonou por essa parte do litoral e decidiu ficar com a família. O diferencial ali são os quartos amplos e os preços a partir de R$ 80, com café da manhã.
Também com entrada pela estrada, a Pousada D’Itália (@pousadaitalia) tem 13 quartos, sendo um deles acessível para cadeirantes. A proprietária Rose Vitoi mora no espaço com a família e conta que gosta de receber os hóspedes como quem recebe amigos. Por isso, a ideia é que os clientes se sintam à vontade para usar todas as áreas comuns, inclusive a cozinha. Diárias de R$ 190 a R$ 250 para casal com café da manhã.