Para os funcionários do Sheraton Reserva do Paiva Hotel & Convention Center, o São João deste ano tem um sabor ainda mais amargo em meio à pandemia. Nesta terça-feira (23), o hotel demitiu todos os colaboradores e anunciou o encerramento definitivo das suas operações no Cabo de Santo Agostinho. Assim como outros empreendimentos do Litoral Sul, o hotel estava fechado desde o último 30 de março, como consequência da falta de hóspedes provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Por meio de nota enviada à imprensa, a Marriot International, rede que administra o empreendimento, limitou-se a dizer que o contrato de gerenciamento será encerrado em julho de 2020. A gerência de Relações Públicas do Sheraton não detalhou, no entanto, as razões que levaram ao fechamento nem o número exato de trabalhadores desligados. Estima-se em 165.
Outra bandeira hoteleira deve assumir a estrutura no pós-pandemia. Fontes do mercado dizem que uma nova administração já está sendo negociada no Estado.
>> Hotéis de Pernambuco anunciam reabertura com foco em prevenção à covid-19
>> Turismo acumula prejuízo de R$ 88 bilhões e pode perder 728 mil empregos
Apesar de não esclarecer as razões para deixar o Paiva, a Marriot International parece manter a porta aberta para outros negócios em Pernambuco. "A empresa vê oportunidades significativas de crescimento na região", continua a nota.
Com investimentos de R$ 280 milhões do grupo português Promovalor e construção da Odebrecht, o Sheraton foi um dos equipamentos idealizados para receber os turistas no período da Copa do Mundo de 2014, mas sua inauguração só ocorreu em novembro, após o Mundial.
Na época, a cerimônia para mais de 1.500 convidados contou com show exclusivo da cantora Maria Rita e homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente de avião naquele ano durante a campanha para presidência da República. Não por acaso, o centro de convenções do empreendimento recebeu o nome dele.
Instalado em um terreno de 29 mil m², sendo 8,8 mil m² de área construída em edifícios conjugados de oito andares, o hotel era uma das âncoras corporativas do bairro planejado da Reserva do Paiva.
A localização privilegiada, a 14 quilômetros do Aeroporto do Recife e entre as indústrias de Suape e as praias do Litoral Sul, permitiu ao hotel atender tanto o público de lazer quanto o de negócios.
A sofisticação é a marca do empreendimento, que tem 298 quartos, incluindo 18 suítes especiais (club) e um spa de 600 m2, além da área de entretenimento à beira-mar.
Destaca-se também a estrutura voltada a eventos, uma das maiores da hotelaria do Nordeste, integrada pelo centro de convenções, dois ballrooms e três grandes salas de conferência, entre outros espaços flexíveis que abrigam reuniões, exposições, congressos e festas. Caso do famoso réveillon, já parte do calendário do Litoral Sul.
Agora, está tudo em suspenso, até que outra rede hoteleira assuma o empreendimento. Pelo bem da recuperação do turismo no Estado e, principalmente, dos trabalhadores do setor, espera-se que seja em breve.