Bolsonaro demite ministro do Turismo; pernambucano Gilson Machado é cotado para o cargo

A situação de Marcelo Álvaro Antônio teria ficado insustentável após ele ter acusado o titular da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de estar negociando sua vaga com aliados do Planalto no Congresso
Katarina Moraes
Mona Lisa Dourado
Publicado em 09/12/2020 às 15:35
Atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio Foto: BETO BARATA/MTUR


O balança, mas não cai do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, chegou ao fim no início da tarde desta quarta-feira (9).  Em reunião pouco depois das 14h, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu Marcelo Álvaro, antecipando a dança das cadeiras prevista para ocorrer somente em fevereiro de 2021 com a reforma ministerial que o Executivo vem articulando. Esta é a 15ª troca de ministros feita por Bolsonaro desde o início do mandato. No Ministério do Turismo, no entanto, trata-se da primeira substituição desde o início do governo, em 2019.

Quem está cotado para assumir o cargo, não se sabe ainda se temporariamente ou não, é o presidente da Embratur, o pernambucano Gilson Machado Neto. Há a previsão de que Gilson Machado também se reúna com Bolsonaro ainda nesta quarta-feira. Esta será a primeira troca no Ministério do Turismo desde o início do governo Bolsonaro.

A queda de Marcelo Álvaro foi atribuída ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Os dois vinham divergindo internamente porque o ministério passou a ser citado como moeda de troca por apoio no Congresso. O Palácio do Planalto tenta eleger o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), um dos principais líderes do Centrão, para a presidência da Câmara.

O então titular do Turismo teria reclamado em um grupo de WhatsApp formado por ministros do governo Bolsonaro sobre a jogada de Ramos. "Não me admira o Sr. Ministro Ramos ir ao PR pedir minha cabeça, a entrega do Ministério do Turismo ao Centrão para obter êxito na eleição da Câmara dos Deputados", teria escrito Marcelo Alvaro, segundo o G1.

Na noite anterior, os dois estiveram no lançamento do Instituto Conservador-Liberal do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Na ocasião, Álvaro Antônio lembrou que foi um dos primeiros a embarcar na candidatura de Jair Bolsonaro.

O cargo como ministro do Turismo foi o primeiro ocupado por Marcelo Álvaro no Poder Executivo. Com a demissão, ele deve reassumir seu mandato de deputado federal por Minas Gerais, o qual foi reeleito com 230.008 votos em 2018, sendo o mais votado de Minas Gerais nas últimas eleições. Marcelo ingressou na política em 2012, quando foi eleito vereador na cidade de Belo Horizonte.

Em maio deste ano, ele foi homenageado pelo presidente Jair Bolsonaro com a “Ordem do Mérito Naval”, por sua atuação honrosa à Marinha brasileira.

Filiado ao PSL, Álvaro foi o pivô de esquema de candidaturas laranjas pelo PSL nas eleições de 2018 em Minas Gerais, onde mulheres receberam expressivos recursos públicos do partido sem sinal de que tenham feito campanha efetiva. Parte desse dinheiro público foi parar em empresas ligadas a assessores de seu gabinete na Câmara.

Além disso, foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. Ele também é alvo de denúncia pelo Ministério Público de Minas Gerais. No entanto, a Justiça ainda não definiu se o transforma em réu.

Marcelo Álvaro Ingressou na política em 2012, quando foi eleito vereador na cidade de Belo Horizonte. Nas eleições de 2018, foi o mais votado de Minas Gerais para a Câmara Federal, com 230.008 votos.

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