Uma imensa e bela escultura feita pela natureza e marcada por um furo que a torna única e especial. Quase como um gigante olho de pedra que hipnotiza a todos, principalmente os que enxergam em tudo uma aventura. Difícil resistir a este chamado. A Coluna Turismo de Valor não resistiu e no #TBT desta quinta (6) relembra a viagem de 246 quilômetros para admirar (e desafiar) a famosa Pedra Furada, localizada em Venturosa, no Agreste do Estado, em um rapel simplesmente inesquecível de cerca de 50 metros.
Partindo do Recife a viagem dura pouco mais de três horas. O caminho é bem fácil, basta seguir direto pela BR-232 até Pesqueira e depois pegar à esquerda na PE-217, no sentido de Alagoinha. Depois de passar a cidade, antes mesmo de chegar no centro de Venturosa, se vê uma estrada de barro à esquerda que dá acesso ao Parque Municipal da Pedra Furada. Ele foi fundado em 1985 pela prefeitura para tentar preservar aquele que é o maior cartão-postal do pequeno município.
A infraestrutura é bem básica, com um pequeno estacionamento e um bar/lanchonete modesto. Tudo muito simples para quem quer simplesmente interagir com a natureza. E esta interação já começa com um certo esforço no caminho até a Pedra Furada. O trajeto é feito por meio de uma escadaria com 360 degraus. Não se deve atentar para este número que chama a atenção e sim deixar a atenção ser levada pelas paisagens que vão se revelando à medida em que se sobe. Valem as paradinhas para tomar fôlego e limpar a vista.
Rapidinho, em aproximadamente uns 15 minutos, se chega ao famoso olho gigante de pedra, onde é impossível nossos olhos não se arregalarem diante de algo tão grandioso e belo. Trata-se de um enorme bloco rochoso granítico no formato de um arco que apresenta um imenso vão livre interno. Uma rara beleza esculpida pelo tempo e o vento.
Além de linda, a Pedra Furada oferece um dos mais bonitos e desafiadores rapeis de Pernambuco. Nós acompanhamos uma expedição da agência de esportes de aventura Vértice que explora o local há mais de oito anos, cumprindo todos os protocolos de segurança. "O esporte é bastante seguro quando feito com responsabilidade. E não existe limite de idade", afirmou o instrutor Johnatan Fernandes.
Vamos lá então para a descida. A emoção começa no trajeto para chegar até o topo da rocha. O acesso é feito pela encosta dela, em uma parte mais íngreme, mas com as cordas e equipamentos de segurança disponibilizados pela agência o caminho fica bem mais tranquilo. Chegando lá em cima é só caminhar até o ponto da descida que é previamente checado, testado e aprovado para a prática.
Finalmente chega a hora mais aguardada. Somente quando você projeta o seu corpo para trás e se pendura na corda com os pés apoiados na rocha é que se tem a real noção da imponência dela. O visual é indescritível. Aos poucos você vai descendo...sentindo o vento no rosto e a adrenalina na veia. Tudo devidamente acompanhado do instrutor que vai ao lado e preso a você. Na parte final, o rapel passa a ser negativo, ou seja de forma livre, sem contato mais com a pedra. Aí é só você, a corda e os últimos metros de uma descida memorável. "De início me assustei um pouco com o tamanho da pedra. Mas depois eu fui me soltando mais e curtindo a descida", afirmou a biomédica Ana Raquel Bezerra.
Quando todos terminam o rapel já é fim de tarde. À medida em que o grupo vai descendo para a base o por do sol vai alaranjando o caminho. Quando se chega lá embaixo, o cenário é deslumbrante. Uma vista de literalmente encher os olhos. Os humanos e o gigante de pedra.