Conselho Federal de Nutricionistas veta fotos de 'antes e depois'

Publicado em 02/07/2018 às 16:32
Foto: Valery Mello é digital influencer e gosta de usar fotos comparativas para inspirar seus seguidores no Instagram


Valery Mello é digital influencer e gosta de usar fotos comparativas para inspirar seus seguidores no Instagram Quem já se sentiu motivado depois de observar um “antes e depois” nas redes sociais? A maioria das pessoas que busca por mudança no estilo de vida observa na sequência de fotos uma forte ferramenta de inspiração. Agora, porém, elas devem procurar por outras alternativas. No último dia 4 de junho, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) lançou um novo código de ética proibindo a publicação das fotos comparativas nas redes sociais. De acordo com a entidade, os tratamentos podem apresentar resultados distintos e gerar expectativas irreais. As conseqüências também podem ser drásticas, colocando em risco a saúde das pessoas. O CFN elaborou as novas regras considerando as mudanças de comportamento de profissionais e seus clientes, principalmente por conta do uso das redes sociais. Ferramentas como Instagram, Facebook e Twitter se transformaram em um excelente instrumento de divulgação do trabalho. Com isso, o novo código de ética proíbe a publicação de imagens dos pacientes, dos próprios nutricionistas, além das marcações de perfil. Vai comer fora? Veja o que pedir para não se sabotar Dieta dos jogadores na Copa do Mundo Receitas fit para evitar guloseimas Fabiana Poltronieri faz parte da Comissão de Ética do CRN-3 e explicou que a recomendação é evitar até postagens em que o cliente cita o profissional responsável pelo tratamento. “A sugestão é que se o nutricionista for marcado em publicações desse tipo, que ele peça que seu nome seja retirado ou que pelo menos não deixe nenhuma indicação que possa parecer propaganda ou autopromoção velada”, argumentou. Rafael Sá é especializado em nutrição esportiva, obesidade e emagrecimento e concorda com o código de ética do CFN. Ele usa o recurso das fotos como mais uma ferramenta para comparar resultados, mas não tem o hábito de divulgar as imagens. “Acredito que seja uma forma de motivação para o paciente, mas sou contra a autopromoção. Para mim, na condição de profissional, as imagens funcionam para mostrar os resultados que as vezes a bioimpedância não apresenta números específicos”, esclareceu Rafael Sá, que tem quase 13 mil seguidores no Instagram. Quem também compartilha a opinião é Laiz Cabral. A nutricionista, que já postou imagens de “antes e depois” no seu perfil, confessou que estudou e entendeu o ponto de vista do CFN. “Cada corpo responde aos tratamentos de uma forma, sempre respeitando a individualidade de cada. As imagens podem gerar expectativas que nem sempre correspondem com a realidade de todos. Por exemplo, um cliente ganha 2% de massa magra e visualmente o corpo muda bastante, em outra pessoa esses 2% podem não mostrar o mesmo efeito”, concluiu a profissional.
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