As áreas de atuação do pilates vêm se expandindo graças ao trabalho dos instrutores que sabem explorar todo o potencial do método
Joseph Pilates viveu o suficiente para presenciar parte do poder do método que inventou na década de 1920. Nos anos 40, suas técnicas de controle muscular, postural e de respiração já eram difundidas entre os bailarinos de Nova Iorque. Não só como meio de reabilitar lesões, mas também de prevenção das mesmas. Após a morte do alemão, em 1967, aos 83 anos, sua esposa, Clara Pilates, e discípulos se encarregaram de espalhar o método pelo mundo. Apesar de já consagrado como meio de condicionamento físico, o pilates ainda revela versatilidade crescente, que não costuma ser desperdiçada pelos instrutores que o dominam com maestria.
As técnicas para reabilitar contusões geralmente são aplicadas por fisioterapeutas. Já as aulas com foco no condicionamento físico costumam ser comandadas por profissionais de Educação Física. Esse segundo ramo profissional, inclusive, tem se deparado com perfis cada vez mais diversificados de público. Incluindo atletas de alto rendimento, como o português Cristiano Ronaldo e do brasileiro Neymar.
“O pilates passou a fazer parte do programa de condicionamento físico desses atletas por melhorar a qualidade dos movimentos, a descarga de peso, o equilíbrio e, consequentemente, o rendimento nos esportes que praticam”
Marília Lisboa, instrutora da physio pilates e coordenadora do método na Santé Club.
A instrutora também destacou que pessoas com problemas emocionais têm se beneficiado muito do pilates. Os movimentos de inspiração e expiração fazem o praticante voltar o foco para a atividade e pensar única e exclusivamente nos movimentos. “A gente trabalha muito exercícios de instabilidade. E eles exigem que a pessoa esteja focada no que está realizando. Então, isso é maravilhoso para quem tem problemas psíquicos, porque você não consegue pensar em outra coisa. É uma hora em que você está focado naquilo. Quando acaba e você consegue ter sucesso, isso causa um bem-estar, uma satisfação. Com um tempo, a gente vai percebendo que aquele aluno que chegou depressivo se torna outra pessoa. Ele se apaixona pelo método”, contou Marília.
As técnicas desenvolvidas por Joseph Pilates costumam ser a preferência ainda de quem não se adapta às modalidades tradicionais de treino. Além de trabalhar a parte respiratória, o pilates melhora a consciência corporal, desenvolve a força e o tônus muscular. Não há contra-indicação de público. “Para quem está sedentário, pode começar treinando dois dias. Depois, o ideal é que, no mínimo, venha três vezes por semana”, aconselhou a instrutora.