Nike envolvida em escândalo de doping nos Estados Unidos

Publicado em 02/10/2019 às 15:40
Foto: Foto: ANDREJ ISAKOVIC / AFP


Uma das marcas de material esportivo mais fortes e usadas no mundo, a Nike tem se visto sob escrutínio público desde a suspensão do técnico norte-americano Alberto Salazar. O treinador pegou gancho de quatro anos por violar o regulamento antidoping. A ligação entre o Salazar e a Nike no caso se dá porque as investigações mostraram que o diretor executivo da empresa, Mark Parker, sabia das doses ilegais de substâncias injetadas nos atletas do projeto Oregon (NOP). O esquema era comandado pelo treinador. Para piorar, a Nike é a financiadora do NOP. Injeções de aminoácidos (para queimar gordura), experimentos com testosterona, documentos médicos falsificados... A investigação da agência antidoping dos Estados Unidos (Usada) descobriu uma série de importantes deslizes do técnico de atletismo mais famoso do mundo. O nome do CEO da Nike, Mark Parker, também aparece no documento produzido por uma comissão de juízes independentes. Ao que tudo indica, o diretor recebeu várias mensagens eletrônicas que o informavam sobre o progresso das investigações contra Salazar e sua equipe do Projeto Oregon (NOP). O NOP, um centro de treinamento de alto nível, com sede em Oregon, noroeste dos Estados Unidos, e financiado pela Nike, foi idealizado em 2001 por Salazar, ex-maratonista que tinha o intuito de aumentar a popularidade e o nível das provas de fundo. Em uma mensagem enviada em 2011, Salazar explica ao CEO da Nike que, para uma prova, injetou em um dos atletas do NOP um litro de uma mescla de aminoácidos e dextrosa (glucose), uma dose significativamente mais alta que as permitidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Dois anos antes, em outra mensagem a Parker, o médico Jeffrey Brown, um colaborador do Projeto Oregon, menciona experimentos com gel de testosterona. O CEO respondeu que "seria interessante determinar a quantidade mínima de hormônio masculino necessário para dar positivo em um exame".

RESPOSTA

Questionada pela AFP, a Nike não quis se pronunciar. Em um comunicado enviado ao jornal The Wall Street Journal, a empresa declarou que Mark Parker "não tinha nenhum motivo para acreditar que os experimentos não seguiam as regras, já que um médico estava envolvido".
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