O Murph costuma ser realizado em boa parte das boxes como confraternização no final de cada ano. Foto: Santé CrossFit/Divulgação
No final do ano, boa parte das boxes de crossfit realizam o Murph como forma de confraternização. Não por acaso. Trata-se de um dos treinos mais extenuantes da modalidade, com 1.600m de corrida, 100 barras, 200 flexões de braço, 300 agachamentos e mais 1.600m de corrida. Por esse motivo, é possível testar como anda o condicionamento trabalhado durante todo o ano.
Como se trata de um grande desafio, inclusive para os que já estão bem condicionados, há a preocupação de se preparar da melhor forma para a prova.
Inclusive no sentido de garantir desempenho e evitar fadiga além do esperado. Nesses dois contextos a dica do fisioterapeuta Rafael Reis é dormir bem, cuidar da alimentação e, antes do Murph começar, investir em exercícios que mobilizem as musculaturas que serão mais utilizadas.
“Deixar essa musculatura responsável pelo movimento do ombro preparada para receber aquele estímulo dos pull ups (barras), igualmente sobre os push ups (flexões), deixar a musculatura do peitoral bem ativada. Isso vai dar estímulo para a quantidade de movimentos que vêm em seguida e será mais importante do que ficar alongando insistentemente”, observou.
O fisioterapeuta Rafael Reis recomenda exercícios de mobilidade aos alongamentos antes do Murph. Foto: Arquivo Pessoal
Sobre os 300 agachamentos que os atletas terão de encarar no Murph, Rafael aconselha um reforço na mobilidade do quadril. “Lembrando que mobilidade é diferente de alongamento. Na mobilidade, você vai deixar a articulação do quadril, em si, mais móvel, com um deslizamento melhor para aguentar o número de agachamentos que serão realizados”, explicou.
PÓS-MURPH
As dores musculares dificilmente deixarão de aparecer depois de uma prova como o Murph. Até certo ponto, esse quadro é normal e compreensível, dado o volume de movimentos feitos. São as chamadas dores tardias. O que é incomum é a persistência desse quadro por mais de 48h. Se o incômodo estiver muito grande a ponto de limitar movimento, é necessário procurar um especialista.
"Lembrando que é provável que essas dores não tenham sido causadas pelo Murph em si, mas por uma série de recorrências que essa pessoa já vinha tendo e o Murph só teve o papel de dar o start nessa possível lesão. Provavelmente essa pessoa já vinha com um padrão de vida não adequado, com excesso de exercício, excesso de problemas emocionais, de sonos prejudicados, foi fazer o Murph e desenvolveu essa dor, que não é a mesma da dor tardia. O fisioterapeuta é sempre o profissional mais capacitado para tratar a dor", finalizou.