A reabertura de parques, praias e calçadões permitiu que as pessoas voltassem às ruas para praticar exercícios físicos individuais e sentissem novamente a sensação de bem-estar proporcionada pelos esportes. Foi em busca dessa sensação que Adriana Martinelli correu seus primeiros 4km após três meses de isolamento. A experiência, ela contou, foi um misto de satisfação e medo.
"Primeiro porque achei a avenida (Boa Viagem) com muita cheia. Muita gente na rua e muita gente sem máscara. Para o horário, tinha mais gente do que o normal. Isso foi um freio e vou repensar se volto a correr em definitivo porque ainda tem muita gente que não respeita as medidas", destacou a corredora de longa distância.
Drica, como é conhecida entre os amigos atletas, corre há oito anos. Já completou muitas provas de 21km e uma maratona. Durante o período de pandemia do novo coronavírus, ela continuou treinando por meio de aulas on-line oferecidas pela assessoria esportiva que faz parte. Ela destacou que o trabalho desenvolvido com os professores foi excelente no sentido de manter o condicionamento físico no retorno das atividades.
"Voltar a correr foi melhor do que eu esperava. Esse período todo com a assessoria fazendo exercício funcional foi importante. São cinco dias por semana e eu faço os cinco dias. Embora não seja exercício aeróbico, consegui manter o condicionamento. Não senti tanto e foi mais tranquilo do que eu imaginava", comentou.
A corrida é uma ferramenta importante no processo de emagrecimento encarado por Armando Maranhão, que havia eliminado 42kg. Por conta da pandemia, ele precisou interromper os treinos na rua e se dedicar às aulas funcionais para manter o hábito de se exercitar. Com a flexibilização do isolamento, ele voltou a correr em horários alternativos em um circuito perto de sua casa, na Zona Norte do Recife.
"A corrida me ofereceu de volta a sensação de liberdade. Correr é libertador. Venho passando por um processo de emagrecimento e a corrida é importante. Para a saúde mental conta muito. Eu estava sonhando com a corrida literalmente, porque ela entrou como um hábito e fez muita falta", revelou o corredor, que tinha corrido pela última vez no dia 14 de março.
Armando mora com a avó, que é grupo de risco, e por isso faz tudo com bastante cuidado e respeita todas as regras sanitárias. Ele destacou, porém, que não é todo mundo que respeita a medida de proteção e usa máscara. "Na rua é 50% com máscara e 50% sem. Perto ou na Parque da Jaqueira as pessoas usam mais. Eu não fui para lá, mas colegas que foram contaram que no parque todos estão usando", falou.