Entrevista

Karol Conká sobre a rejeição pós-BBB e o racismo: 'Me senti descartável'

Rapper conversou sobre a experiência no reality show e seus planos para a carreira

Cadastrado por

Márcio Bastos

Publicado em 15/06/2021 às 20:18 | Atualizado em 15/06/2021 às 20:31
AUTOCONHECIMENTO Artista disse estar fazendo psicoterapia - LANA PINHO / DIVULGAÇÃO

A experiência de Karol Conká no Big Brother Brasil foi marcante não só para a artista, mas gerou reflexões também a nível nacional sobre pautas como cultura do cancelamento, machismo e racismo. Após sair do programa com rejeição recorde (99,17% dos votos) e ser massacrada por milhões de pessoas, inclusive artistas com quem já tinha trabalhado, elas aos poucos começa a se reerguer focando na carreira, sem se eximir de falar sobre seus processos internos, como os cuidados com a saúde mental.

Em entrevista a Spartakus Santiago, youtuber, apresentador da MTV Brasil e influenciador digital, a rapper curitibana falou sobre como reagiu aos ataques após o programa e à falta de solidariedade, inclusive de pessoas do movimento negro, diante do linchamento virtual contra ela.

"Quando percebi, nas últimas semanas, erros recorrentes de pessoas famosas brancas e outras famosas brancas apoiando", explicou. "Mas parece que eu reconhecer meu erro não é verdade. Parece que eu não sou merecedora de compreensão ou acolhimento [...] Cometi um grande erro de não controlar minhas emoções, minha ansiedade, não saber lidar sob pressão, e aí é como [se pensassem] 'ah, não precisamos mais'. Eu me senti descartável."

Karol disse que chegou a receber mensagens de pessoas famosas dizendo que a apoiavam, mas que não queriam manifestar isso em público com medo de sofrerem represálias dos internautas. Karol afirmou que entende a atitude, mas que não faria isso, pois não deixaria de apoiar o outro, especialmente mulheres pretas. "Não guardo mágoa e nem levo para o lado pessoal por as pessoas precisarem parar de me seguir", enfatizou.

Sobre suas falas no Big Brother Brasil apontadas como xenofóbicas contra nordestinos, ela disse ter ficado muito triste porque não condiz com sua própria história, sendo neta de uma nordestina. "O que aconteceu ali é que o Big Brother é o maior entretenimento que a gente tem no Brasil, ainda mais em época de pandemia. Eu sou uma figura colorida, estranha, sempre gostei de coisas diferentes do popular. E aí chegar assim, em um reality, me sentindo totalmente insegura... Ali eu estava me sentindo uó por dentro, fiquei insuportável. Eu estava virada na amargura, no azedume", refletiu.

Ela disse ainda que hoje consegue falar do assunto com tranquilidade, mas que logo após o programa se sentiu muito triste com seus comportamentos. Karol Conká falou ainda sobre a vontade de massacrá-la, que era vista como poderosa, comparada com a falta de engajamento para criticar figuras como Jair Bolsonaro, por exemplo. "Ele foi eleito, tem muita gente que apoia. No meu caso ali era mais fácil [massacrar]", enfatizou.

Conká também falou do seu projeto mais recente, o programa VemK, disponível no seu IGTV, cuja primeira temporada é focada na discussão sobre saúde mental. Em suas redes sociais, Spartakus falou sobre o novo álbum de Karol, que deve ser lançado em breve, e disse que é o melhor da carreira dela. Do álbum, já foi lançada a música Dilúvio, que ficou entre as mais tocadas no Spotify após o lançamento.

 
 
 
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