"Meu povo chora e eu sinto a sua voz", esse é um trecho da música "Patria y Vida", hit lançado em fevereiro por um grupo de artistas cubanos de hip-hop e reggaeton. A música se tornou inspiração e grito de guerra para as pessoas que saíram às ruas no dia 11 de julho, em Cuba, para pedir mudanças no país. Esses foram os maiores protestos no país em décadas.
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Nos vídeos que circularam pelas redes sociais, a canção era entoada pelos cubanos. Os manifestantes protestavam por liberdade, acesso a vacinas contra a covid-19, alimentação digna e pelo fim da miséria no país. Os protestos são os maiores desde 1994.
Prisões
Ativistas cubanos denunciaram, nessa quinta-feira (15), às Nações Unidas a prisão de 162 pessoas durante os protestos de domingo em Havana e em várias cidades de Cuba e pediram ajuda para obter sua libertação. O governo cubano anunciou que está autorizando "excepcionalmente e temporariamente", a importação por meio de passageiros que chegam ao país de alimentos, produtos de higiene e medicamentos sem limite de valor de importação e sem pagamento de tarifas.
Tradução
A letra faz referência ao regime autoritário que está no poder desde 1959, quando Fidel Castro passou a controlar Cuba. O lema da gestão na época era 'Patria o Muerte', pátria ou morte, em tradução literal.
“Sem mais mentiras. Meu povo pede liberdade, chega de doutrinas”, diz um trecho da música, em referência ao governo autoritário. Confira a tradução completa da letra:
Pátria e Vida
E você é o meu canto de sereia
Porque com sua voz minhas tristezas vão embora
E esse sentimento já está velho
Você me magoou muito mesmo estando longe
Hoje eu convido você a percorrer meus lotes
Para mostrar a você que seus ideais servem
Somos humanos embora não pensemos da mesma forma
Não vamos nos tratar ou nos prejudicar como animais
Esta é a minha maneira de te dizer
Meu povo chora e eu sinto sua voz
Seus cinco noves, eu dobro dois
Sessenta anos trancados com dominó
Bombo 'e pires às quinhentas de Havana
Enquanto em casa nas panelas eles não têm mais jama
O que celebramos se as pessoas andam rápido?
Troca de che guevara e martí pela moeda
Mudou tudo não é mais o mesmo
Entre você e eu, existe um abismo
Anunciando um paraíso em Varadero
Enquanto as mães choram por seus filhos que os deixaram
Acabou, você cinco nove, eu dobrei dois
Acabou, sessenta anos trancados em dominó, olha
Acabou, você cinco nove, eu dobrei dois
Acabou, sessenta anos trancaram o dominó
Somos artistas, somos sensibilidade
A verdadeira história, não a errada
Somos a dignidade de uma cidade inteira pisoteada
Sob a mira de uma arma e palavras que ainda não são nada
Sem mais mentiras, meu povo pede liberdade, sem mais doutrinas
Não vamos mais gritar pátria ou morte, se não pátria e vida
E começar a construir o que sonhamos, o que eles destruíram com as mãos
Que o sangue não continue a fluir, por querer pensar diferente
Quem te disse que Cuba te pertence, se a minha Cuba pertence a todo o meu povo?
Acabou, seu tempo acabou, o silêncio foi quebrado
Acabou, o riso acabou e o choro já está correndo
Acabou, e não temos medo, o engano acabou
Acabou, são sessenta e dois doendo
Lá vivemos com a incerteza do passado, plantada
Quinze amigos no ar, prontos para morrer
Levantamos a bandeira ainda a repressão ao regime até o dia
Anamel e ramón firmam com sua poesia
Omara ruiz urquiola nos dando ânimo, de vida
Eles quebraram nossa porta, eles estupraram nosso templo
E o mundo está ciente de que o movimento San Isidro continua
Continuamos na mesma, prisma de colocação de segurança
Essas coisas me deixam indignado, o enigma acabou
Já é a sua revolução do mal, tenho um estilo descolado, aqui está a minha assinatura
Você já sobrou não sobrou, eles já estão caindo
A cidade cansou de aguentar, um novo amanhecer que esperamos
Acabou, você cinco nove, eu dobrei dois
Acabou, sessenta anos trancados em dominó, olha
Acabou, você cinco nove, eu dobrei dois
Acabou, sessenta anos trancaram o dominó
Pátria e vida
Pátria e vida
Pátria e vida