Legado de Marília Mendonça: Conheça outras sertanejas que trilham caminho aberto pela cantora

Os grandes números de Marília na música sertaneja não trouxeram apenas benefícios à ela; uma leva de mulheres ganharam com a visibilidade da cantora goiana
Bruno Vinicius
Publicado em 08/11/2021 às 16:29
CONTEMPORÂNEAS Amigas dentro e fora dos palcos, Marília Mendonça e Maiara & Maraísa programavam rodar o Brasil no projeto paralelo Patroas; Marília entrou primeiro no sertanejo, as irmãs vieram logo em seguida Foto: FLANEY GONZALLEZ/DIVULGAÇÃO


Os números dão uma dimensão da carreira de Marília Mendonça, mas não conseguem traduzir, fielmente, a importância dela para a música brasileira. Em um gênero predominado pelos homens até meados dos anos 2010, a cantora foi uma das responsáveis pela onda do "feminejo" - onde as mulheres puderam colocar suas vozes nos grandes palcos do sertanejo. Com a morte de Marília em um acidente aéreo na última sexta-feira (5), no entanto, não significa que os avanços das mulheres na música vão parar. 

Segundo dados do Spotify, Marília foi a artista feminina mais ouvida no último sábado, com 28,6 milhões de reproduções, ultrapassando Adele, Taylor Swift e Billie Eilish - três fenômenos da indústria musical atualmente. Antes mesmo de falecer, ela era a cantora com mais vídeos acima de 100 milhões de visualizações no YouTube, superando as grandes estrelas internacionais.

Engana-se quem pensa que Marília levou os créditos de assumir a liderança feminina na música sertaneja sozinha. A partir do seu sucesso espontâneo, em 2016, gravadoras, festivais e o próprio público passaram a investir nas mulheres do gênero. Desse tempo para cá, novas vozes foram surgindo e outras dominando o cenário, a exemplo de Simone e Simaria, Naiara Azevedo, Lauana Prado e as amigas de Marília, Maiara e Maraisa. 

Maiara e Maraisa

A dupla Maiara e Maraisa surgiu um pouco depois do sucesso de Marília. Com o projeto "Ao Vivo em Goiânia", em 2016, as irmãs lideraram as paradas nacionais com a inclusão das músicas "10%", "Se Olha no Espelho", "No Dia do Seu Casamento" e "Medo Bobo". Conhecida como "As Patroas", as irmãs tinham um projeto com Marília Mendonça chamado "Patroas", lançado em 2020. Elas dariam continuidade a um segundo álbum com a goiana em 2022.

Simone e Simaria

A dupla baiana começou trabalhando com Frank Aguiar, mas estourou no Nordeste participando do Forró do Muído. Ao migrar para o sertanejo, as irmãs conquistaram o cenário nacional com o projeto "Bar das Coleguinhas". A música "Regime Fechado" possui mais de 200 milhões de visualizações no YouTube, já "Loka", parceria com Anitta, é uma das músicas brasileiras mais reproduzidas de todos os tempos na plataforma, com 706 milhões de views.

Lauana Prado

A goiana Lauana Prado surgiu quase simultaneamente às anteriores, mas, de fato, seu sucesso na música sertaneja foi em 2018 - alcançando o alto escalão do gênero. "Cobaia", com Maiara e Maraisa, ganhou três certificações de diamante pelo sucesso alcançado. Desde então, a cantora já lançou dois álbuns ao vivo e tem despontado com o grande público que consome o sertanejo.

Naiara Azevedo

Naiara também começou a fazer sucesso em 2016. Seu grande hit, "50 reais", foi uma das 100 músicas mais tocadas do mundo na estreia, de acordo com o YouTube. Desde então, Azevedo tem feito grandes parcerias na música sertaneja, destacando-se como uma das maiores vozes femininas do gênero.

Mari Fernandez

Em um contexto diferente das outras citadas, Mari Fernandez é a mais jovem e, também, a que está mais ligada nas tendências digitais. Misturando o sertanejo, o piseiro e outros ritmos mais eletrônicos, a cearense alcançou o topo das paradas com "Não, Não Vou", graças a popularização no TikTok. Apesar de muitos a colocarem no piseiro, Mari conquistou um grande público no sertanejo e, com uma carreira ainda recente, tem um futuro 

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