doação de bebê

KLARA CASTANHO: caso de atriz estuprada levanta questão da entrega à adoção

A atriz Klara Castanho revelou ter engravidado após estupro e entregado a criança à adoção - após queixas sobre quebra do sigilo desse procedimento, previsto em lei

Cadastrado por

Amanda Azevedo

Publicado em 27/06/2022 às 19:28 | Atualizado em 29/06/2022 às 0:14
Klara Castanho teve a vida exposta na internet e se viu forçada a divulgar que gerou e doou um bebê após sofrer estupro - @klarafgcastanho via Instagram

Da Estadão Conteúdo

No sábado (25), a atriz Klara Castanho revelou ter engravidado após estupro e entregado a criança à adoção - após queixas sobre quebra do sigilo desse procedimento, previsto em lei.

"Procurei advogada e, conhecendo o processo, tomei a decisão de fazer entrega direta para adoção. Passei por todos os trâmites: psicóloga, Ministério Público, juíza, audiência - todas etapas obrigatórias", escreveu em carta aberta.

 
 
 
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Para proteção da criança e da gestante, o processo ocorre em sigilo. Klara Castanho, porém, denuncia ter tido esse direito desrespeitado. "No dia em que a criança nasceu, eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'." Ao chegar ao quarto, deparou-se com mensagens do colunista, com todas as informações. Um segundo blogueiro a buscou também dias depois - e mais informações chegaram à mídia.

"Apenas o fato de eles saberem mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim nem pela criança", desabafou a atriz.

Investigação

Neste domingo (26), o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo declarou que vai apurar a denúncia. "O conselho seguirá os ritos e adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional", disse, em nota.

"A gestante tem direito de não exercer a maternidade. Tendo sido ou não vítima de estupro", destaca o advogado Ariel de Castro Alves, presidente da Comissão Especial de Adoção e Direito à Convivência Familiar de Crianças e Adolescentes da OAB-SP. A previsão legal da entrega, diz, é importante "para evitar procedimentos de aborto, que são sempre traumáticos para a gestante e familiares, e situações de abandono de crianças". "E a maioria dos pretendentes à adoção, que são em torno de 30 mil no Cadastro Nacional, preferem crianças com menos de 3 anos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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