Neste mês de julho, uma oficina aporta em Caruaru e Vitória de Santo Antão para formar produtores audiovisuais de documentário. O projeto "Autobiografias do Presente" utiliza como ponto de partida as próprias histórias e trajetórias de vida dos participantes.
A iniciativa realizará uma imersão de 40 horas por ferramentas que vão da roteirização à edição, em aulas conduzidas por um time de profissionais de comunicação, audiovisual, arte-educação e teatro, resultando na produção de um documentário autobiográfico de cada aluno.
As inscrições são gratuitas e já estão abertas para todos os públicos, indo até 8 de julho para Vitória (clique aqui para se inscrever) e 12 de julho para Caruaru (clique aqui para se inscrever).
Quando ocorrem as aulas
As aulas serão realizadas em Vitória, na Casa Mosaico, nos dias 9 e 10 de julho, das 9h às 17h (com intervalo para almoço). Já em Caruaru, os encontros serão no Armazém da Criatividade, Cada turma contará com quinze (15) selecionados. Serão dois dias na primeira cidade, com aulas das 9h às 17h e de 18 a 29 de julho em Caruaru, com encontros de segunda a sexta, das 19h às 22h.
Quem pode se inscrever
O projeto está aberto para adultos e jovens acima de 16 anos de todas as classes sociais, em especial para estudantes e profissionais da área de artes, literatura, cinema e audiovisual que se interessem por essa linguagem.
Eles aprenderão conceitos como Escritas de Si para cinema, exercícios de Teatro do Oprimido para trazerem suas histórias à tona, etapas da produção audiovisual e suas possibilidades de financiamento e pós-produção, além de atividades práticas de gravação e edição.
A ação é realizada em uma parceria entre a produtora Combo Multimídia e o Núcleo de Experimentação em Teatro do Oprimido (Nexto-PE). No próximo mês, é a vez do Recife receber a oficina.
Para além das técnicas cinematográficas e reflexões sobre o fazer cinema, em especial com o uso de suportes como celulares e câmeras digitais comuns, as turmas passarão por uma jornada de autoconhecimento individual e coletivo a partir dos exercícios propostos pela metodologia de Teatro do Oprimido, desenvolvida pelo emblemático Augusto Boal nos anos 1970. Suas próprias histórias e vivências serão o fio condutor de todo o processo de criação dos filmes.
"O grande objetivo é conseguirmos trazer uma formação com um recorte de um tipo de produção muito recente, em especial dos anos 2000 pra cá, que temos um boom dessas formas de escrita de si muito atrelada ao cinema documental, não só no Brasil, mas em outras cinematografias estrangeiras", elabora Márcio Andrade, um dos idealizadores do projeto.
"Quando cada pessoa resolve contar num filme a sua própria história, colocando-se no centro da narrativa e expondo a sua estratégia para lidar com algum conflito ou questão, estamos construindo pistas importantes para analisarmos aspectos sociais daquela comunidade", afirma Wagner Montenegro, um dos idealizadores e responsável pelo uso das ferramentas do Teatro do Oprimido na oficina.