Com a AFP
O cortejo de Pelé começou nesta terça-feira (3), às 10h, com milhares de fãs acompanhando a passagem do corpo do rei do futebol.
O cortejo fúnebre terminará com o sepultamento de Pelé.
O Rei do Futebol faleceu no dia 29 de dezembro, aos 82 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Pelé estava internado na unidade de saúde desde o dia 29 de novembro.
Pelé morreu em decorrência da falência de múltiplos órgãos. Ele lutava contra um câncer de cólon.
FÃS CANTAM E SE EMOCIONAM NO CORTEJO COM O CORPO DE PELÉ
"Mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé, que jogou no meu Santos!", cantavam os torcedores nos arredores da Vila Belmiro, de onde saiu o comboio que transportava o caixão do ex-jogador.
Coberto com uma bandeira do Brasil, o corpo de Pelé foi carregado por oito cadetes da Polícia Militar até a parte superior de um caminhão dos bombeiros, que percorreu sete quilômetros pelas ruas de Santos.
Katia Cruz, uma santista de 58 anos, pretendia acompanhar o cortejo de moto, depois de ter esperado por quatro horas para entrar na Vila Belmiro, onde aconteceu o velório.
"Tinha muita, muita gente. Foi muito lindo. Ele merece". "Foi o rei", mas também "uma pessoa muito boa, com os pés no chão (...) tinha uma humildade que os jogadores de hoje em dia não têm", disse Kátia, cujo marido ficou em casa porque estava "inconsolável".
Desde segunda-feira (2), mais de 230 mil pessoas fizeram fila para se despedir do único jogador a ganhar três Copas do Mundo, informou à AFP a diretoria do Santos.
CORTEJO PASSOU EM FRENTE À CASA DA MÃE DE PELÉ
O cortejo fúnebre do Rei do Futebol passou em frente à casa onde mora dona Celeste Arantes, mãe do Pelé.
Atualmente ela vive no local com a irmã de Pelé, Maria Lúcia.
Dona Celeste tem 100 anos e não está consciente da morte do filho.
O caixão de Pelé foi fechado pouco depois das 10h na Vila Belmiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu à Vila Belmiro na manhã desta terça-feira (3) para dar o último adeus ao rei do futebol antes de seu enterro.
Acompanhado da primeira-dama, Janja, Lula chegou ao estádio do Santos e se dirigiu ao centro do gramado, onde ficou exposto por 24 horas o caixão do ex-jogador.
Na presença da viúva de Pelé, Marcia Aoki, e de seus filhos Edinho, Flavia e Kely, o presidente, que tomou posse no domingo, assistiu a uma missa celebrada por um sacerdote que discursou sobre religião e futebol.
"Pelé bateu na porta do céu. E Deus disse: 'Quem é você?'. 'O rei'. 'Ok, aqui você também será o rei, mas eu sou o Senhor'", disse o sacerdote, que também explicou que Pelé agora poderá jogar com outros astros do esporte que já se foram, como Johan Cruyff e Alfredo Di Stefano.
Lá, o corpo do ex-jogador será sepultado depois de uma cerimônia religiosa reservada à família, disse à AFP uma fonte do Memorial Necrópole Ecumênica.
ENTERRO DE PELÉ
O sepultamento de Pelé dará fim oficialmente a vários dias de luto no Brasil, que deve três de suas cinco Copas do Mundo ao eterno camisa 10, autor de 1283 gols em 21 anos de carreira jogando pelo Santos, New York Cosmos e Seleção Brasileira.
"Foi o maior brasileiro da história, nós existimos por causa dele. O maior jogador da história, o amor por este time (Santos) é por causa dele", disse o comunicador Paulo José Ribeiro.
O torcedor santista esperou por duas horas na fila na segunda-feira (2) ao lado dos amigos para se despedir do ídolo.
"Valeu a pena, nunca cheguei tão perto assim dele. Fica um vazio que a gente nunca vai conseguir suprir", acrescentou.