Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB) disse que não vê nenhum dos pré-candidatos à Presidência debatendo os problemas do país antes de apresentar o próprio nome como postulante ao Palácio do Planalto.
A fala foi feita pelo prefeito quando perguntado qual seria uma alternativa à polarização entre as prováveis candidaturas do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no país. João Campos não mencionou especificamente nomes, mas disse que os problemas do país deveriam ser prioridade nas discussões dos pré-candidatos.
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Na pergunta a João Campos, Pedro Bial mencionou a candidatura do ex-governador Eduardo Campos pelo PSB à Presidência da República nas eleições de 2014 como uma alternativa à então polarização do PT, representado pela então presidente Dilma Rousseff, que queria a reeleição, e pelo então senador Aécio Neves (PSDB), da oposição.
"Eduardo fez lá atrás algo que sinto que ninguém está fazendo, antes de se apresentar como candidato ele fez questão de discutir o Brasil, colocar os problemas do Brasil numa prateleira e não ter medo de enfrentar esses problemas. Na época, ele foi o único pré-candidato que fez plenárias temáticas com segmentos específicos da sociedade compilando isso num programa de governo. Pouca gente sabe, mas pouco antes dele falecer, ele foi num cartório de São Paulo e registrou todo seu programa de governo", disse João.
João Campos defende impeachment de Bolsonaro
O prefeito João Campos ainda defendeu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A posição é a mesma defendida pela direção nacional do PSB e pelos deputados da legenda na Câmara dos Deputados. Antes de ser prefeito, Campos foi deputado federal por dois anos e fez oposição ao atual governo.
"Eu acredito que é possível sim, seria um bom caminho para o Brasil, você pega pedidos de impeachment com mais de 20 crimes de responsabilidade apontados, que há elementos não só políticos, mas crimes de responsabilidade. Um presidente afirmar que não vai seguir decisões judiciais não pode, o Brasil não é uma anarquia, tem instituições, tem um estado democrático de Direito que possibilite o convívio civilizatório entre as pessoas. Então está posto de maneira muito nítida isso e a gente espera que isso possa vir a acontecer", afirmou João.
A crítica de João a Bolsonaro se dá na esteira da fala do presidente, que nos atos do Dia da Independência, no feriado nacional do 7 de Setembro, afirmou que não mais obedeceria decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Dois dias depois, Bolsonaro recuou e fez até uma ligação para o magistrado com intermediação do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Tabata confirma filiação ao PSB, e João elogia
Além de João Campos, quem também foi entrevistada por Pedro Bial foi a deputada federal Tabata Amaral (sem partido-SP), namorada do prefeito do Recife. Ela confirmou que irá se filiar ao PSB, mesma legenda de João, que fez elogios à parlamentar.
"Tabata é uma grande figura, um grande quadro do Brasil, quem conhece a história de vida de Tabata sabe que, ao longo de toda sua trajetória, sempre com muita coragem, ousadia, correção, ela conquistou passo a passo, nunca foi nada fácil na vida de Tabata", afirmou.
"Tudo ela construiu com seus próprios passos, no momento os partidos políticos precisam melhorar e muito. Ou a gente compreende isso ou a gente vai ter a garantia de que essas instituições não vão mais representar essas pessoas no presente e no futuro", frisou.