“Todos os que acreditaram no discurso do combate à corrupção se sentem traídos.” Foi o que disse Gabriel Kanner, presidente do Instituto Brasil 200, grupo de empresários aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde o começo de sua gestão. Kanner afirmou que sentiu uma "decepção absoluta" após a saída do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo o empresário, o presidente perdeu sua base de apoio. As informações são da Folha de S.Paulo.
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"Eu me sinto absolutamente traído como eleitor", declara Kanner, segundo quem, as acusações de Moro ao deixar o governo são muito graves. "Ele falou que não assinou a exoneração, ou seja, ele ficou sabendo pelo Diário Oficial”, disse.
Para o presidente do grupo fundado por Flavio Rocha (Riachuelo) e que reúne nomes como João Appolinário, da Polishop que o chefe do Executivo Federal mentiu ao colocar no Diário Oficial que a saída de Valeixo da Diretoria da PF atendeu a um pedido do servidor. Além disso, eole também falou das supostas interferências do presidente na corporação. “(Bolsonaro) Pedir para ter acesso a relatórios, isso é gravíssimo. Estou incrédulo", pontuou o empresário.
Para ele, Bolsonaro representava uma esperança de mudar o Brasil e combater a corrupção. "Não é apenas a saída do Moro, que já seria um baque muito grande. Mas as acusações que o Moro fez abalam qualquer confiança que a gente poderia ter no presidente", diz ele.
Um dos maiores apoiadores de Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, das lojas Havan, descreve a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça como decepcionante. Ele descreve esta sexta-feira (24) como um "dia triste", em que o seu "herói" deixou o governo federal. "A saída do Moro me deixa decepcionado”, afirmou. Para ele, neste momento de crises na saúde, política e economia, não deveria haver crises no governo..
Sobre as acusações feitas por Moro a Bolsonaro, como a tentativa de acessar arquivos da Polícia Federal e uma suposta fraude em sua assinatura no Diário Oficial, Hang disse que estava em um avião e não acompanhou o que disse o ministro, e que só se pronunciará sobre o tema depois de assistir o pronunciamento de Moro.