Com a redução da circulação de pessoas causada pelo novo coronavírus, cai também o rendimento dos motoristas de aplicativo. Ao mesmo tempo desamparados por leis trabalhistas e considerados essenciais pelo Governo Federal, os profissionais não têm muita escolha além de enfrentar as ruas em plena pandemia - e sem direito a plano ou seguro de saúde em caso de doença.
A diminuição na demanda de passageiros foi tão grande que o condutor Marcos Severino da Silva, 39, não consegue trabalhar todos os dias. “De segunda a sexta-feira, em horário comercial, entre 6h e 18h, teve queda de 30%. Mas o principal, que era fim de semana, shows, festas, como não está tendo nada, a gente teve uma perda de 100%”, lamentou.
A criatividade, nessas horas, entra em jogo. Para complementar a renda, que vem unicamente das corridas que realiza, Marcos passou a vender máscaras de algodão aos clientes que transporta.
A ideia surgiu quando o vizinho, Roberto Francisco da Rocha, 38, começou a fabricar os itens. “Adquiri três máscaras com ele, que acabou as fornecendo de graça e a gente teve a ideia de colocar mais para vender”, contou Marcos.
Roberto já confeccionava sapatos e bolsas, mas a empresa em que trabalhava precisou fechar e demitir todos funcionários, com a promessa de reabrir as portas em agosto.
“É verdadeiramente um complemento da renda enquanto não sai a rescisão do trabalho”. “De início foi fraquinho, mas com o novo decreto (estadual), está todo mundo querendo máscara. Estou vivendo disso”, avaliou Roberto, que também comercializa os artefatos de casa.
Em cerca de dez dias de trabalho, Marcos vendeu 14 unidades, cada uma a R$ 5. O lucro é dividido entre os colegas. “Ele está repassando a R$ 3 reais e eu revendo a R$ 5”, revelou.
E, por falar em máscara, não só ele usa o artefato como também adota todas as outras precauções quando faz as corridas. “Carros higienizados várias vezes por dia, tenho álcool em gel, álcool 70, passo nos lugares que os clientes mais pegam, nas maçanetas e no volante”, relatou.
Cuidado redobrado, principalmente, por conta de quem lhe espera no lar. “Tenho uma filha de 8 anos e tenho uma esposa grávida de 8 meses. Eu não posso de jeito nenhum levar essa virose para dentro de casa. Mas tem que trabalhar, então a gente trabalha com segurança.”
Coronaavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.