Os Correios rejeitaram a proposta de conciliação com os trabalhadores, apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), na noite desta quinta-feira (27). Mesmo com a categoria não solicitando mais o aumento salarial, nem dos benefícios, a direção da estatal se negou a manter o atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) por mais um ano. Assim, a greve, que começou no dia 17 de agosto, continua.
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A proposta inicial de acordo apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), segundo os trabalhadores, retira 70 cláusulas do atual ACT, acabando com os 30% do adicional de risco; auxílio creche/babá; 70% sobre férias; indenização por morte e auxílio para lhos com necessidades especiais; pagamento de horas extras, e entre outros direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados. A estatal também propôs equiparar os direitos dos trabalhadores com os da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Os funcionários protestam também contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados da pandemia do novo coronavírus.
O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Pernambuco (SINTECT-PE), que representa a categoria no Estado, informou que enquanto um acordo não for firmado, a paralisação vai continuar. O secretário-geral do SINTECT, Halisson Tenório, lembrou que no Recife o dia foi iniciado com um ato em frente à sede dos Correios, na Avenida Guararapes, área central da capital pernambucana. "Foi um ato que mostrou a nossa disposição de luta", disse.
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Para Tenório, "a nossa unificação está linda. A empresa e o governo Bolsonaro sabem disso. Nós não iremos ceder, não iremos recuar diante do assalto que nos fizeram. Só queremos de volta o que é nosso", afirmou o sindicalista.
Na negociação desta noite, a vice-presidência do TST enviou a proposta dos trabalhadores à ECT, que a rejeitou prontamente. Caso um acordo não seja consumado, o Tribunal deve julgar o impasse.
"A vice-presidência do TST apresentou uma proposta, que seria a manutenção ACT por mais um ano, porém, sem reajustes econômicos; nem nos salários, nem em nossos benefícios. A ECT recusou a proposta", informou o sindicato em comunicado.
Nesta sexta-feira (28), às 16h, na sede do SINTECT-PE, no bairro de Santo Amaro, será realizada uma reunião para discutir uma nova proposta. "A greve continua, assim como nossa disposição para reaver o que estão nos roubando!", exclamou Tenório