Empresários protestam no Recife e em Fernando de Noronha pela abertura da ilha

Manifestantes estão insatisfeitos com o modelo da liberação em vigência desde o dia 1º de setembro, e apresentaram um novo plano de abertura.
JC
Publicado em 08/09/2020 às 12:13
Uma comitiva foi recebida por representantes do Governo do Estado no Palácio Campo das Princesas Foto: YACY RIBEIRO/JC IMAGEM


Pela reabertura de Fernando de Noronha, uma carreata dupla do trade do arquipélago foi realizada simultaneamente, na manhã desta terça-feira (8), no Recife e na ilha. Na capital pernambucana, empresários do setor - de pousadeiros a bugueiros, conselheiros e pequenos negociantes - percorreram da Avenida Boa Viagem até o Palácio Campo das Princesas, onde uma comitiva foi recebida pelo secretário-executivo de Articulação e Acompanhamento da Casa Civil, Eduardo Figueiredo, pelo Superintendente Jurídico da Administração de Fernando de Noronha, Felipe Campos e pelo Diretor de Projetos Estratégicos da Ilha, Daniel Bezerra. Os manifestantes estão insatisfeitos com o modelo da liberação que está em vigência desde o dia 1º de setembro, e apresentaram um novo plano.

>> Fernando de Noronha será reaberta em setembro para turistas que já tiveram covid-19

>> Refeno 2020 ameaçada por protocolo de segurança de Fernando de Noronha

>> A expectativa de Fernando de Noronha pela reabertura para o turismo

Desde o início do mês, está autorizada a entrada de turistas que já foram infectadas pelo novo coronavírus. O turista deverá comprovar que teve a covid-19 por meio do teste RT-PCR, com diagnóstico positivo há mais de 20 dias, ou por meio da apresentação do exame sorológico, que informa se a pessoa possui anticorpos para o vírus. O resultado dos exames é enviado no ato do pagamento da Taxa de Preservação Ambiental, que está sendo feita digitalmente.

Os empresários, no entanto, reclamam do protocolo, que consideram rígido demais. Depois de quase seis meses fechada, o primeiro fim de semana de setembro só teve quatro turistas na ilha.

Para o empresário José Maria, a proposta do Estado foi inadequada. "Em Boa Viagem, (no Recife), ontem, tinham milhões de pessoas na beira da praia. Por que em Noronha não pode ter 200 a 300 turistas? Isso é uma falta de bom senso e de respeito com a comunidade", questionou. 

O documento que entregaram ao Governo de Pernambuco sugere que a ilha seja aberta, a partir do dia 1º de outubro, também para os turistas que apresentarem um teste RT-PCR negativo feito até três dias antes da viagem. Segundo a empresária Fabiana Sanctis, o novo protocolo foi construído por entidades da sociedade civil e com participação do Ministério Público de Pernambuco. 

"Da forma que está não funciona. Não temos gente suficiente para ir para Noronha. As companhias (aéreas) não podem sustentar um voo com tão poucas pessoas e não salva o empresariado local que esta à beira da falência. Um terço das empresas da ilha estão à beira da falência", defendeu.

Na alta estação, Noronha recebia 5 voos diários; hoje, é apenas um por semana. Pequeno empresário, Franklin Canindé contou que a situação está crítica. 

"Noronha não tem desemprego. Mas a gente tem que voltar à vida. Não é uma capital. É uma ilha isolada no meio do mar. Precisa de ajuda, não é só de cesta básica, de doações. Precisa retornar à vida e a trabalhar. todo mundo quer trabalhar", afirmou.

Franklin trabalha com passeios de lancha e de carro no arquipélago. Mesmo sendo nativo da ilha, desde março ele não consegue voltar a Noronha. 

"Para se manter, depende da ajuda um de outro. Eu tenho uma reserva, mas não dá para segurar muito a onda. Os empresários grandes estão praticamente pedindo ajuda dos moradores locais", revelou.

Após a reunião, o Governo de Pernambuco disse que até a quinta-feira (10) daria uma resposta em relação à flexibilização do protocolo de Fernando de Noronha.

TAGS
pernambuco fernando de noronha recife protesto reabertura Economia
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory