Pernambuco registrou uma alta de 1,78% no Índice do Banco Central que mede a atividade econômica, o IBC-Br, segundo um cálculo feito pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sdec). No site do Banco Central, não são mostrados os percentuais exatos. A comparação é de julho deste ano com o mesmo mês do ano passado e foi considerado como um sinal "de que o Estado está acelerando o seu crescimento", segundo a secretária Executiva desta área, Maíra Fischer. O IBC-Br é utilizado como uma prévia do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) que mede todas as riquezas produzidas. No entanto, nem sempre eles coincidem, porque o IBC-Br é um cálculo mais simples.
>> Indústria tem alta na produção
Pernambuco apresentou o melhor desempenho do Nordeste no IBC-Br, perdendo apenas para o Estado de Minas Gerais que apresentou um crescimento de 2,79% na mesma base de comparação, segundo os números apresentados pela Sdec. O IBC-Br calcula o crescimento da economia de 13 Estados que representam 85,7% do PIB do País, baseado no comporamento da indústria, serviços, comércio e agropecuária. No Nordeste, só entram neste cálculo a Bahia e o Ceará que registraram, respectivamente, -6,89% e -0,95% em julho último, comparando com o mesmo mês de 2019. A média no País ficou em -4,89%.
"Esse percentual de Pernambuco reflete vários bons resultados já anunciados, como o bom desempenho da indústria no Estado, a reabertura do comércio em junho e o setor de serviços que começou a se recuperar a partir de junho", contou Maíra Fischer. Ela também argumentou que o governo do Estado fez um trabalho articulado com o setor empresarial para que não faltasse insumos para a indústria e também para que as empresas conseguissem escoar a produção. Ela lembrou também que, durante a pandemia, a indústria que parou totalmente no Estado foi a da construção civil.
Ainda de acordo com a secretária, o Estado fez um plano de convivência com a covid-19 "dando uma segurança para o empresariado voltar as suas atividades" e "não houve retrocessos no planejamento da abertura da economia com relação à pandemia do novo coronavírus". Em Pernambuco, o plano de abertura da economia foi muito criticado por vários setores da economia, como eventos e o das escolas particulares, entre outros.
Ainda de acordo com os números calculados pela Sdec, a alta da preformance de Pernambuco foi de 2,97% em julho último, contra o mês anterior. Em junho, uma parte do comércio e serviços - que não eram essenciais - estavam fechados. E os serviços correspondem a cerca de 70% do PIB do Estado. Na pesquisa que mostra o comportamento da indústria feita pelo IBGE, o Estado apresentou o melhor resultado do Brasil em julho, com uma alta de 17% contra o mesmo mês do ano passado. Ainda em Pernambuco, o varejo apresentou um crescimento de 18,9% em julho, quando comparado com junho deste ano, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), também do IBGE. Numa parte de junho, só funcionou no Estado o comércio considerado essencial, como supermercados e farmácias.
"Ainda não temos uma previsão de quanto será o crescimento do PIB este ano. O IBC-Br só olha o lado da oferta e não da demanda. Aguardamos uma recuperação no terceiro trimestre. Em geral, a economia de Pernambuco sempre apresenta uma performance mais forte no segundo semestre", contou Maíra. "Os indicadores estão apontando numa mesma direção, como a indústria, o comércio e isso está gerando uma boa expectativa para a retomada", comentou. Atualmente, 97% dos setores econômicos do Estado já retomaram suas atividades, de acordo com a Sdec.
Considerada uma obra de grande impacto na economia pernambucana, a segunda e última etapa da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) ainda não tem data prevista para sair do papel. Maíra disse que o governo do Estado está conversando com a direção da empresa para ver quando ocorre a retomada das obras e destacou que essa crise (da Refinaria e do Estaleiro) foi nacional, atingindo também outros Estados que receberam empreendimentos do setor, como por exemplo, o Rio de Janeiro.