O preço do gás de cozinha aumentou nessa quinta-feira (5), com o anúncio pela Petrobras do reajuste de 5% do valor nas distribuidoras. Este é o oitavo aumento só neste ano. As altas tem provocado o desespero nas distribuidoras e sofrimento no bolso do consumidor, que, até o dia 31 de outubro, pagava em média R$ 66,29 no botijão de 13 quilos do gás GLP no Recife.
A mudança chega em um momento difícil para boa parte dos brasileiros. A pandemia tem feito a estudante Julia Siqueira, de 22 anos, gastar mais com gás. "Agora na quarentena foi um gasto extra. Já basta o alimento que está caro", comentou.
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Julia gastou cerca de R$ 80 na última compra. "É um valor muito alto e é um preço que tem que pagar de uma vez só, nem todas (as revendedoras) aceitam cartão de credito, e quando aceitam tem acréscimo. Dá quase R$ 100 que é praticamente 10% do salario mínimo", reclamou.
Não é só o consumidor final que se queixa da situação. Os reajustes sucessivos geraram reação do setor de empresas revendedoras de gás. Os empreendimentos estão quebrando por não conseguirem repassar os aumentos aos clientes, afirmou a presidente executiva do Sindicato Dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo em Pernambuco (Sinregás), Francine Gulde.
"Aqui no Estado, temos 5 distribuidoras. A gente vem percebendo que, quando elas recebem o aumento da Petrobras, estão passando para a rede de revenda integralmente, que é composta por em torno de 1600 empresas", apontou.
Segundo a sindicalista, os novos preços já começaram a ser praticados nas distribuidoras de Pernambuco.
Para os consumidores, na hora de economizar, vale ficar atento aos diferentes valores cobrados por modalidade de compra. "Existem várias variáveis que ele pode pesquisar a melhor forma de comprar o gás dele", pontuou Gulde. "Se compra no cartão, ou no dinheiro. Se ele receber em casa, geralmente tem um custo de entrega", exemplificou.