Uma das melhores épocas para venda no comércio varejista passou por uma reconfiguração no ano de 2020 em Pernambuco. No mês de dezembro do ano passado, o Estado teve o sexto pior desempenho nacional, alcançando uma queda de 6,5% no comparativo com o mês de novembro. O resultado é o pior para o período em toda a série histórica, iniciada em 2000. No ano, as vendas cresceram tímidos 0,7%, ajudadas pelo auxílio emergencial.
No mês de novembro, as vendas do comércio varejista haviam registrado uma alta de 4,3%. O resultado de dezembro, embora no comparativo mensal tenha sofrido um baque, na comparação com o mesmo mês de 2019, representou uma alta de 4,1%. A nível nacional, o Brasil fechou o ano com alta de 1,2%. No mês de dezembro, a queda foi de 6,1%.
“O que a gente teve em dezembro foi um impacto forte por parte grande da população não receber o 13º salário no fim do ano, já que havia sido antecipado por conta da pandemia. Outra coisa que aconteceu também foi que, com as pessoas optando pelas compras online, as compras de Natal foram feitas já na Black Friday, ainda em novembro”, justifica a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, Pernambuco teve resultado superior ao nacional em todas as variáveis da pesquisa. O Estado teve uma redução de 2,5% nas vendas entre novembro e dezembro, nesse recorte da avaliação, mas o cenário menos acentuado do que o nacional, já que no País a retração foi de 7%.
Quando são confrontados os resultados de dezembro de 2020 frente a dezembro de 2019, o estado teve aumento de 8,3% nas vendas, enquanto esse avanço, no Brasil, foi de 2,6%. Já na variação acumulada de 2020, Pernambuco teve recuo de 0,4%; a queda no País foi de 1,5%.
“Auxílio emergencial foi uma força muito grande. Apesar de todas as dificuldades, tivemos esse aporte financeiro na economia. Pernambuco teve um discreto aumento no acumulado do ano, mas ainda assim foi bom diante de toda a conjuntura. No Nordeste e no Estado, os pagamentos deram um fôlego extra para o setor do comércio”, reforça a Fernanda.
O consumo também mudou de configuração em 2020. Das 13 atividades varejistas pesquisadas pela PMC, nove tiveram alta entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020. A melhor performance ficou por conta dos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (35,6%). Em seguida estão veículos, motos, partes e peças (23,3%), eletrodomésticos (11,3%), materiais de construção (6,7%), móveis e eletrodomésticos (5,3%), hipermercados e supermercados (4,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,5%), combustíveis e lubrificantes (3,1%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,9%).
Outra coisa que mudou também, a partir do ano passado, foi a forma como o IBGE tem ouvido as pessoas e empresas para formulação das pesquisas. Desde o mês de março de 2020, o instituto tem adotado a forma remota, realizando os questionários por e-mail ou por telefone. As mudanças não trazem impactos aos resultados, como no caso da PMC, porque são ouvidas as mesmas empresas das edições anteriores.
Mesmo assim, o IBGE reforça a necessidade das pessoas estarem abertas a ajudar o instituto na coleta dos dados. Para dar garantia da segurança, o entrevistador ao ligar repassa dados como CPF e número de matrícula , que podem ser confirmados no site do www.respondendo.ibge.com.br