Dados compilados pelo Painel do Mercado Imobiliário (PMI) produzido pela Kenlo (plataforma digital de informações imobiliárias) revelam que o mercado de imóveis usados registrou crescimento de 67,36% em Pernambuco em 2020 em relação ao ano anterior.
Entre o segundo trimestre (mês em que se iniciou a quarentena no Brasil) e o último de 2020 foram fechados 708 contratos de aluguel ou venda de imóveis usados no estado, 69,79% acima do mesmo período de 2019. Nos dois últimos trimestres do ano, a aceleração foi ainda mais evidente: houve aumento de 119,7% e 59,14% no terceiro e quarto trimestres, respectivamente.
ANÁLISE
segundo o relatório de análise da Kenlo os resultados de 2020 foram "surpreendentes", apesar das condições estruturais do ambiente de negócios. "Do ponto de vista lógico, o crescimento do mercado imobiliário acontece num determinado contexto que envolve a combinação de alguns pilares como, indicadores de confiança favoráveis, acesso ao crédito com juros atraentes, aumento da renda, diminuição do desemprego e inadimplência", diz o relatório.
Outra condição favorável foi que aquisições represadas no primeiro trimestre se concretizaram nos trimestres seguintes. "Não só uma parte das famílias puderam dar continuidade aos seus interesses antes da pandemia, mas também, que outras foram motivadas para aquisição ou troca de moradia como consequência do novo contexto, combinadas à disponibilidade de crédito, mesmo que contrariando os indicadores tradicionais", diz o estudo.
PMI
O Painel do Mercado Imobiliário, criado pela Kenlo, faz o acompanhamento do mercado de imóveis usados com base em dados obtidos em tempo real, a partir de um ecossistema que contempla 7,2 mil imobiliárias e 44 mil corretores, de todas as regiões do país e que atendem a mais de um milhão de proprietários de imóveis. O PMI reúne uma amostragem do mercado imobiliário secundário de treze estados brasileiros nas cinco regiões.
INFLAÇÃO
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel, registrou inflação de 2,58% em janeiro deste ano. A taxa é maior que as de dezembro (0,96%) e janeiro de 2020 (0,48%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), em 12 meses o acumulado é de 25,71%.
A alta de dezembro para janeiro foi puxada pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, cuja inflação subiu de 0,90% para 3,38% no período. O Índice Nacional de Custo da Construção também teve alta, ainda que de forma mais moderada, ao subir de 0,88% em dezembro para 0,93% em janeiro. Já o Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, teve queda ao passar de 1,21% em dezembro para 0,41% em janeiro.