Compesa vai produzir energia pra economizar na conta de luz

Empresa vai lançar dois editais pra escolher empresas privadas que serão parceiras das iniciativas. Serão instalados dois projetos de geração de energia fotovoltaica
Angela Fernanda Belfort
Publicado em 09/03/2021 às 20:42
PROJETO Barragem de Pirapama, no Cabo, deverá receber placas solares Foto: COMPESA/DIVULGAÇÃO


Para fugir da alta na conta de luz, a Compesa vai lançar dois editais para fazer parcerias com empresas interessadas em instalar usinas solares e, que posteriormente, vendam a energia produzida para a estatal. A intenção da companhia é diminuir a conta de energia da empresa, a terceira maior despesa da distribuidora. Com um investimento previsto de R$ 76 milhões, o primeiro projeto vai colocar placas solares flutuantes nas barragens de Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho; de Duas Unas, em Jaboatão dos Guararapes; e Tapacurá, em São Lourenço da Mata. As três represas estão na Região Metropolitana do Recife (RMR). O segundo empreendimento pretende implantar uma usina solar em terra, provavelmente no município sertanejo de São José do Belmonte, com um investimento estimado em R$ 1 bilhão. As duas iniciativas vão fazer a Compesa economizar cerca de R$ 6,5 milhões na conta de energia por mês.


"O objetivo principal é economizar na conta de energia. E, desse modo, ter condições de investir mais. Também tem alguns empreendimentos que devem entrar em operação no próximo ano e para isso será necessários mais energia", resume o diretor de Negócios e Eficiência da Compesa, Flávio Coutinho. Estes empreendimentos são as adutoras: do Agreste - obra que se arrasta desde 2013 -, a de Serro Azul, a do Alto Capibaribe e os poços de Tupanatinga. Todas têm a finalidade de levar agua para a região de maior estresse hídrico do Estado: o Agreste. Na terça-feira (9), o governo do Estado decretou estado de emergência em 54 municípios devido à estiagem.

Ambos os projetos são de 2019 e foram feitos os Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) , o primeiro passo para este tipo de parceria entre uma empresa pública e a iniciativa privada. No PMI, as empresas interessadas apresentam propostas para fazer a instalação, operação e manutenção das futuras usinas, incluindo sugestões de modelos de negócios a serem adotados - . Agora, a Compesa está se preparando para lançar os editais que vai escolher o parceiro privado. "Em ambos os casos, o investimento será das empresas parceiras. A Compesa vai se comprometer a comprar energia por um período longo", explica Flávio.


O projeto que prevê a instalação das placas solares nas barragens da RMR terá a capacidade instalada de 12 megawatts (MW), gerando energia que vai abastecer 630 unidades da Compesa. A Compesa comprar a energia a parceira privada por um período de 20 anos. "A nossa intenção é publicar o edital em março e contratar em julho", afirma Flávio. O projeto deve estar implantado e começar a operar dentro de um ano, sendo enquadrado como geração distribuída, que é quando o consumidor gera a energia próximo ao local do seu consumo, segundo a legislação do setor elétrico que está em vigor. O projeto vai gerar uma economia de R$ 300 mil mensais na conta de luz da estatal.

EMPREENDIMENTO

Já o projeto que provavelmente ficará em São José do Belmonte foi aprovado como de autoprodução de energia e prevê a construção de uma usina solar com capacidade instalada de 135 MW. A energia a ser produzida vai suprir o valor pago em 136 unidades consumidoras da Compesa de alta e média tensão, com fatura mensal acima de 25 mil. A planta deve levar três anos para ser construída. Quando entrar em operação, deve fazer a Compesa economizar R$ 6,2 milhões por mês na conta de energia. O empreendimento será operado pela parceira privada por 28 anos e isso vai representar R$ 2,1 bilhões de economia nesse período. O projeto foi desenvolvido por um consórcio entre as empresas Íntegra Projetos e Consultoria Empresarial Ltda., Soma Consultoria em Gestão Energética Ltda. e Energo Engenharia e Consultoria em Energias Ltda.

Nos três primeiros anos da concessão, o fornecimento de energia à Compesa será realizado dentro do mercado livre de contratação, um mecanismo do setor elétrico que permite aos grandes consumidores de energia escolherem o fornecedor. Geralmente, essa compra resulta numa energia mais barata. O consumidor residencial até hoje tem que comprar somente de uma distribuidora que no caso dos pernambucanos, é a Celpe. Para a presidente da Compesa, Manuela Marinho, o ingresso da Companhia no mercado livre é um passo importante e segue uma tendência de mercado. A Compesa paga, em média, R$ 20 milhões de conta de energia mensalmente. "A intenção é lançarmos o edital para escolher a parceira privada em junho e estar com a empresa contratada em novembro para começar esse segundo projeto", comenta Flávio.

 

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