A cada dia, menos produtos entram no carrinho de compras do recifense. Pelo menos é o que mostra a última pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada na última semana, após visita em 130 estabelecimentos da capital pernambucana.
O levantamento afirma que a média de preços da cesta básica no Recife apresentou um aumento de 11,76% entre fevereiro de 2020 e de 2021, o que representa quase R$ 49,44. Na contramão, entre janeiro e fevereiro de 2021, houve uma tímida redução de -0,95%, de R$ 4,51.
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O aumento do salário mínimo em 2021, de 5,22%, não acompanhou a alta dos preços. Assim, quem recebe R$ 1.100 precisa trabalhar 93 horas e 56 minutos para adquirir a cesta básica com os preços do Recife, e gasta 46,16% do salário mínimo líquido para comprar os produtos.
"Os alimentos aumentaram mais de 3x o aumento do salário minimo, isso por si só já comprime significativamente o orçamento das famílias de baixa renda. Lembrando que mais de 50% da população brasileira recebe até um salário mínimo, então essa conta não fecha", afirma a supervisora técnica do Dieese, Jaqueline Natal.
Os produtos que tiveram alta de preço médio em relação a janeiro foram:
- Açúcar (3,63%)
- Banana (1,38%)
- Feijão (0,97%)
- Pão francês (0,59%)
- Arroz agulhinha (0,31%)
- Manteiga (0,30%)
- Café (0,18%).
Os produtos que apresentaram redução nos preços médios no mês em análise foram:
- Leite integral (-4,39%)
- Farinha de mandioca (4,26%)
- Tomate (-4,21%)
- Óleo de soja (3,31%)
- Carne (0,99%)
Os produtos que tiveram maior variação do preço médio em 12 meses foram:
- Óleo de soja (113,68%)
- Arroz (77,77%)
- Açúcar (37,72%)
- Feijão carioquinha (35,39%)
- Leite (34,41%)
- Farinha de mandioca (31,67%)
- Carne (23,36%)
- Manteiga (6,51%)
- Pão francês (6,10%)
- Café (0,71%)
- Tomate (-23,53%)
- Banana (-18,38%)
Brasil
A pesquisa mostra que, entre janeiro e fevereiro de 2021, o custo médio da cesta básica de alimentos
diminuiu em 12 cidades e aumentou em outras cinco. As maiores reduções foram registradas em Campo Grande (-4,67%), Brasília (-3,72%), Belo Horizonte (-3,16%), Vitória (-2,46%) e Goiânia (-2,45%). A capital onde ocorreu a maior alta no mês foi João Pessoa (2,69%), mas a cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 639,81), seguida pela de São Paulo (R$ 639,47), Porto Alegre (R$ 632,67), Rio de Janeiro (R$ 629,82) e Vitória (R$ 609,27).
Em 12 meses, ou seja, entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos teve alta em todas as capitais da pesquisa, mas foi no Sul que a cesta acumulou as maiores taxas. Em Florianópolis, subiu 29,74%, em Porto Alegre, 28,37%, e em Curitiba, 27,88%.
Nos dois primeiros meses 2021, as capitais do Sul também acumulam as maiores altas: Curitiba, 6,00%; Florianópolis, 3,94%; e Porto Alegre, 2,76%. A maior queda no mesmo período foi de -4,32%, em Campo Grande.