PANDEMIA

Impacto do novo auxílio emergencial no comércio será até oito vezes menor

Benefício deverá injetar R$ 12,75 bilhões no setor, respondendo por 31% dos recursos disponíveis para consumo

Cadastrado por

JC

Publicado em 07/04/2021 às 14:30 | Atualizado em 07/04/2021 às 14:30
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Importante na retomada econômica do comércio na primeira fase da pandemia, o auxílio emergencial em 2021 deve impactar bem menos o setor. Nas contas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o impacto será até oito vezes menor, em função da redução do montante de recursos disponibilizados, além de fatores como o comprometimento da renda familiar da população.

Na nova rodada do auxílio emergencial, R$ 12,75 bilhões devem ser injetados nos caixas do comércio varejista, o equivalente a 31,2% do que for sacado pela população. Em 2020, o valor destinado ao consumo no varejo foi de R$ 103,8 bilhões, 35,4% dos recursos do benefício.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, reforça que, apesar de a redução do benefício impactar o setor, o pagamento do auxílio é sempre uma medida positiva para estímulo da economia e dá garantias à população. Ele acrescenta ainda que outros fatores corroboram a oscilação do poder econômico durante o período de crise.

“É preciso observar que a partir de setembro, quando o auxílio foi reduzido à metade, o varejo conseguiu manter as vendas aquecidas. Isso porque há fatores que também impactam a capacidade de consumo da população, como o nível de isolamento social, as condições de crédito e a inflação”, explica Tadros, lembrando que os períodos mais dramáticos para o comércio são os de determinação de lockdown.

Comprometimento da renda

Estatísticas do Banco Central mostram que o comprometimento da renda das famílias, que já se situava em nível recorde, aumentou ao longo do primeiro trimestre de 2021. A CNC estima que atualmente essa proporção tenha atingido 30,3% da renda familiar. Assim, a tendência é que, mesmo proporcionalmente, mais recursos do auxílio emergencial tenham outra destinação que não o consumo de bens.

“O recurso se propõe a ser ainda mais contingencial, o que dá baixa margem para perspectivas de consumo. As famílias vão precisar escolher o gasto. Por isso, para além do consumo básico, como alimentação, a preferência vai ser o abatimento de uma dívida. Ou até guardar esse dinheiro para uma situação de necessidade”, avalia o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

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