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Bolsonaro fala em estudo para proibir cobrança de ICMS sobre bandeira tarifária

A atual cobrança da bandeira tarifária, no patamar mais alto, é de R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora gastos pelo consumidor. A taxa é pra pagar a geração das térmicas acionadas devido à falta de chuvas

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Estadão Conteúdo, Angela Fernanda Belfort

Publicado em 11/08/2021 às 17:10 | Atualizado em 11/08/2021 às 17:12
Jair Bolsonaro quer que os Estados parem de cobrar ICMS na bandeira tarifária embutida na conta de luz - ALAN SANTOS/PR
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) , sugeriu nesta quarta-feira, 11, estudos para elaboração de uma proposta para proibir que os governadores cobrem o Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre as taxas das bandeiras tarifárias embutidas nas contas de luz. Durante evento de assinatura da Medida Provisória que permite a venda direta de etanol para postos de combustíveis, no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que ele "paga a conta" por causa da cobrança estadual.
>> Aneel: bandeira tarifária se manterá vermelha em agosto
"Os governadores cobram ICMS em cima da bandeira. Quem paga a conta disso? Sou eu. A verdade é que liberta nosso povo. Talvez Bento Albuquerque, estudar com o Ciro Nogueira, que é nosso grande articulador junto com a Flávia Arruda, uma proposta nesse sentido, que desobrigue, que não seja permitido cobrar ICMS em cima da bandeira no caso da energia elétrica", afirmou Bolsonaro, dirigindo-se aos ministros de Minas e Energia, da Casa Civil e Secretaria de Governo, respectivamente.
A cobrança da bandeira tarifária ocorre por dois motivos: falta de planejamento de longo prazo do governo federal (de várias gestões) e também por causa da crise hídrica no subsistema Sudeste/Centro-Oeste que deixa a geração de energia mais cara devido ao acionamento das térmicas, que produzem energia a partir do óleo diesel ou gás natural, enquanto as hidrelétricas usam a água. 
Por causa da grave crise hídrica que o País enfrenta, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mantém a bandeira vermelha em seu no patamar mais alto, nos últimos três meses, tendo inclusive aumentado este valor que atualmente está em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Bolsonaro explicou que a cobrança adicional tem sido aplicada para arcar com os custos da geração de energia termelétrica, mais cara do que a produzida nas hidrelétricas."A gente é obrigado a botar bandeira vermelha, que cobra um pouco mais do preço da energia elétrica na ponta da linha. Não é maldade da nossa parte, não é para castigar o consumidor, é para pagar uma outra fonte de energia, no caso a termelétrica, que é muito mais cara do que a que vem da água", disse o presidente.
Cerca de 50% da conta de energia dos brasileiros são compostos por impostos, incluindo tributos e vários encargos setoriais recolhidos pelo governo federal. Os Estados taxam a energia, na média, entre 25% e 30% com o ICMS. E ainda na conta de luz, também é cobrada a taxa de iluminação pública que as distribuidoras repassam aos governos municipais. Ou seja, todas as três esferas da gestão pública arrecadam impostos via a conta de energia. 
 

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