INFRAESTRUTURA

Crea chama a sociedade para debater a Ferrovia Transnordestina, entenda por que este projeto é importante

O projeto é importante para o desenvolvimento econômico da região. O conselho vai realizar um debate para "provocar a iniciativa privada e pública em busca de soluções"

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Angela Fernanda Belfort

Publicado em 31/08/2021 às 17:57 | Atualizado em 31/08/2021 às 18:12
O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, defende a conclusão da Transnordestina como projeto de desenvolvimento regional - DIVULGAÇÃO

O impacto que a exclusão do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina pode ter na será abordado no debate "Transnordestina, a estratégica conexão com Suape" promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) nesta quinta-feira (02) . O evento ocorrerá virtualmente, a partir das 19h, e vai ser transmitido pela TV Crea no youtube. O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, é enfático no chamamento à sociedade para participar deste debate. "A gente precisa da Transnordestina, precisa mudar o modelo de transporte para escoar a produção. Estamos com um modelo rodoviário que não funciona, todo esburacado. Estamos na contramão do mundo. Países menores que o Brasil adotaram o modelo férreo e estão decolando na economia", argumenta.

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A implantação do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina é importante por que vai fazer o Estado ficar mais competitivo e diminuírem os custos com o frete dos produtos, o que beneficiaria todo o setor produtivo, como a avicultura, o polo de fruticultura irrigada, além de trazer maiores cargas para o Porto de Suape, contribuindo para gerar mais empregos locais. Participam do debate o presidente do Porto de Suape, o engenheiro Roberto Gusmão; o fundador e diretor executivo da Cone S/A, o engenheiro civil Marcos Roberto Dubeux. A mediação ficará a cargo do engenheiro civil João Recena, coordenador do eixo Comitê Tecnológico Permanente (CTP) Um projeto para Pernambuco e o Brasil do Crea.

Marcos Roberto Dubeux defender a execução do projeto pelos números que pode representar. "Estudos mostram que são mais de R$ 7 bilhões de adição ao Produto Interno Bruto (PIB) da região, de influência do projeto, por ano. É um valor muito relevante. Principalmente Suape sendo uma região de influência em Pernambuco em todas as áreas. São aproximadamente 90 mil empregos, em média, durante o período de concessão da Transnordestina", afirma.

Segundo Marcos, estudos mostram que, que sem a conclusão da obra, o País como um todo perde, ao ano, aproximadamente o valor necessário para a conclusão da ferrovia. "Se isso é verdade para o País, isso é verdade para Pernambuco, proporcionalmente", destaca Dubeux. Nesta conta entraram as estimativas das receitas municipais tributárias que serão geradas nos municípios por onde a Transnordestina vai passar, o recolhimento do tributo estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos Estados e o valor muito relevante dos empregos.

IMPASSE

Em obras desde 2006, a Transnordestina é uma ferrovia de 1752 quilômetros, que começa na cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, indo ate a cidade pernambucana de Salgueiro, de onde se divide em dois grandes ramais, um que segue para o Porto de Pecém, nas imediações de Fortaleza, e o outro chegaria em Suape. Em julho último, o minsitro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que só seria concluído o trecho cearense do empreendimento. Depois disso, o Governo do Estado está chamando para si a responsabilidade de viabilizar o projeto e começou a procura investidores que se interessem pelo projeto.

Para Gusmão, a influência econômica e logística da ferrovia vai muito além de Pernambuco. "Impacta sobre o Nordeste como o ramal foi concebido, um eixo de integração da região. Tratando de Pernambuco, temos várias cadeias que seriam diretamente beneficiadas com o ramal. Suape é um porto que lidera a movimentação de várias cargas, como combustíveis, contêiner, gás de cozinha, entre outros", revela.

João Recena revela que a principal finalidade do debate "é provocar a inciativa privada e pública em busca de soluções, fomentar ideias e projetos para viabilizar a execução da obra" que precisa ter essa ligação com os portos, acrescentando que a ferrovia foi pensada para cargas de grandes volumes, para escoar a produção de grãos do sul do Piauí e do Maranhão, mas o transporte de minério de ferro se mostrou mais atraente pelo volume e custos. O transporte por ferrovias é fundamental para que o minério de ferro seja competitivo e existem grandes jazidas deste mineral principalmente no Sul do Piauí.

O debate terá espaço para participação dos internautas que estiverem assistindo a transmissão. Basta fazer as sugestões ou perguntas aos debatedores no chat do canal do YouTube.

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