CUSTO

Brasileiro já paga maior taxa de juros desde dezembro de 2019

Taxa foi de 6,06% ao mês (102,59% ao ano) em agosto/2021 para 6,13% ao mês (104,20% ao ano) em setembro/2021

Cadastrado por

Lucas Moraes

Publicado em 07/10/2021 às 10:37
A Caixa Econômica Federal anunciou a redução nesta terça-feira (12) - Foto: ABr

As taxas de juros das operações de crédito contratadas pelos brasileiros já estão no patamar mais elevado desde o mês de dezembro de 2019. Segundo a pesquisa da Associação Nacional de Executivos (Anefac), a taxa de todas as linhas de crédito para pessoa física pesquisadas tiveram elevação no último mês de setembro. Na passagem de agosto para setembro, a taxa de juros foi de 6,06% ao mês (102,59% ao ano) para 6,13% ao mês (104,20% ao ano). 

No último mês, a taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (1,61 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 1,16% no mês (1,57% em doze meses). 

Embora não reflita de maneira imediata os reajustes da Taxa Básica de Juros (Selic), que funciona como um balizador das demais taxas, a taxa de juros para pessoa física apresentou uma elevação de 11,61 pontos percentuais (elevação de 12,54%), indo de 92,59% ao ano em janeiro/2021 para 104,20% ao ano em setembro/2021.

Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro/2021, tivemos neste período (janeiro/2021 a setembro/2021) uma elevação da Selic de 4,25 pontos percentuais (elevação de 212,50%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 6,25% ao ano em setembro/2021.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 6,27 pontos percentuais (elevação de 15,22%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 47,47% ao ano em setembro/2021.

O crédito mais caro, em uma ponta, inibe a atividade econômica e, consequentemente, a retomada após o período mais duro da pandemia no País, já que acaba inibindo a tomada de recursos e novos investimentos de empresas, por exemplo. Por outro lado, o movimento que o Banco Central tem feito em relação à alta da Selic visa controlar a inflação. 

Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da ANEFAC, as elevações dos juros em geral acontecem ainda por causa do aumento dos juros futuros, a expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior, pela provável elevação dos índices de inadimplência e ainda o anúncio das elevações dos impostos das instituições financeiras da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) em 2021.

Oliveira acredita que “essa provável inadimplência pode ocorrer por causa do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento dos auxílios emergenciais, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito”.

Para os próximos meses, a expectativa é, tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da taxa básica de juros (Selic) frente a uma inflação maior, de que as taxas de juros das operações de crédito continuem subindo.

CRÉDITO

Dentre as linhas para pessoa física, o cartão de crédito segue com a maior taxa: 322,53% ao ano; com uma variação de 2,08%. Os financiamentos de automóveis tiveram a maior variação no mês (2,53%), acumulando ao ano um juro de 21,27%. No cheque especial , ao ano, a taxa está em 137,65%; enquanto os empréstimos pessoais com financeiras acumulam 114,35%. Nos bancos, os empréstimos pessoais estão, ao ano, com taxas de juros em 50,93%. Os juros do comércio apresentam 77,14% ao ano.

 

 

 

 

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