PIONEIRISMO

Fábrica da Jeep em Goiana já utiliza tecnologia 5G na linha de produção

Aplicação industrial está em testes no Polo Automotivo Stellantis de Goiana (PE) e conta com inteligência artificial e cloud computing

Cadastrado por

Edilson Vieira

Publicado em 27/10/2021 às 18:11 | Atualizado em 27/10/2021 às 18:11
Fábrica da Jeep teve autorização da Anatel para iniciar os testes com aplicação prática da chamada "internet das coisas" possibilitada pelo 5G - Divulgação/Stellantis

O esperado leilão das frequências da tecnologia 5G está marcado para acontecer no próximo dia 4 de novembro, segundo a expectativa do Ministério das Comunicações. Mas, em Goiana, extremo Norte da Região Metropolitana do Recife, os operários da linha de produção da Jeep já utilizam a tecnologia 5G para aumentar a eficiência dos processos de produção dos quatro modelos de veículos montados no pólo automotivo. O Grupo Stellantis (que reúne, entre outras marcas, a Fiat e a Jeep) se associou a telefônica TIM e a consultoria Accenture para lançar o primeiro piloto 5G para a indústria automobilística na América Latina, aplicado ao ambiente industrial por meio de uma rede privada.

A frequência utilizada na fábrica da Jeep tem uma autorização provisória da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para funcionar. Depois do leilão, deverá começar a operar em caráter comercial, beneficiando inclusive os moradores da região, que deverão ser um dos primeiros do estado a contar com sinal de telefonia 5G, já que as duas antenas instaladas no pólo automotivo terão o sinal aberto.

QUALIDADE

Depois de três meses de trabalho, a primeira aplicação do sistema já está disponível e em testes no Polo Automotivo Stellantis de Goiana (PE). “Este é o primeiro passo para tornar o Polo Automotivo Stellantis de Goiana a primeira planta industrial do setor integrada com base na tecnologia 5G”, afirma o presidente da Stellantis para a América Latina, Antonio Filosa. 

O projeto-piloto implantado já está integrado ao chão de fábrica e aplicado à manufatura no processo de identificação de veículos incialmente em tarefas simples, como colar na carroceria do carro os emblemas que identificam a versão.  “Na planta, são produzidos quatro modelos [de veículos] que se multiplicam em mais de 100 versões, cada qual com suas especificações de itens, componentes e acessórios. Este controle é fundamental em uma linha flexível, como a de Goiana, onde são fabricados quatro modelos distintos de duas marcas. É um case focado no cliente final, com ganho imediato de qualidade e conformidade”, enfatiza explica André Souza, CIO da Stellantis para a América do Sul.

O projeto foi viabilizado através da soma de expertises dos parceiros. A TIM foi escolhida como a provedora de telecomunicações responsável por fornecer a infraestrutura e rede 5G, implantando o núcleo de rede 5G SA (standalone, ou independente) na nuvem pública, constituindo um ambiente digital integrado. A função da Accenture é integrar a rede 5G com recursos de automação de imagem e análise de vídeo de seus ativos Solutions.AI for Processing para melhorar a segurança e a qualidade da produção de automóveis na fábrica, ao mesmo tempo que abre o caminho para futuros usos de 5G.

Pietro Labriola, CEO da TIM Brasil, ressalta o futuro da tecnologia 5G: “Desde outubro de 2020, a parceria com a Stellantis gera frutos importantes para o desenvolvimento da indústria automobilística brasileira. Estamos às vésperas do leilão 5G e acreditamos que a nova tecnologia vai revolucionar o setor e impulsionar ainda mais o desenvolvimento da Indústria 4.0”.

 

FUNCIONAMENTO

Após a fixação das etiquetas de identificação do veículo, uma câmera captura imagens durante a passagem do veículo ao longo da linha de produção e, utilizando a arquitetura baseada na tecnologia 5G, transmite estes dados em tempo real para a Solutions.AI for Processing em operação na nuvem, aproveitando-se da baixa latência (tempo de resposta) e da alta capacidade de transmissão de dados. Um software de inteligência artificial verifica a conformidade da sigla e informa aos operadores de inspeção de qualidade seu resultado em tempo real para a liberação ou não do veículo. Ao final, indicadores de performance orientam os gestores quanto à qualidade do processo de montagem. 

Segundo a Stellantis, o conhecimento gerado nesta etapa inicial serão utilizados em um segundo projeto-piloto mais complexo, que começa a ser implantado ainda no mês de novembro. O tema escolhido é o tráfego de AGVs (Automated Guided Vehicles). A tecnologia controlará a movimentação dos carrinhos autônomos de carga que circulam pela fábrica levando componentes a vários setores , dispensando a instalação de trilhos físicos ou magnéticos no piso.

 

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