Cadeia do Artesanato

Com intervalo de 2 anos, 21ª Fenearte volta cheia de novidades, inclusão social, inovação e, claro, negócios

Expectativa é receber 200 mil pessoas em dez dias de feira, mas sem se descuidar dos protocolos sanitários. Vacinação completa será exigida

Adriana Guarda
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Publicado em 01/12/2021 às 19:25 | Atualizado em 09/12/2021 às 12:11
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
RETORNO COM HOMENAGEM Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento celebra o Movimento Armorial e seu idealizador, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Foram 882 dias de espera. Dois anos e cinco meses, desde o encerramento da 20ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato - Fenearte, em julho de 2019, até a volta do evento neste dezembro de 2021. A pandemia da covid-19 descontinuou o calendário da feira, realizada ininterruptamente há 20 anos. Em julho de 2020, o Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon) ficou fechado, silencioso, cinzento, sem o burburinho e o colorido da apoteótica Fenearte. Este ano, ainda foram dois sustos: o evento, que tradicionalmente acontece em julho, foi adiado para setembro e depois para dezembro. Agora, a 21ª Fenearte está em ansiosa contagem regressiva.

Nesta quarta-feira (1º), foi realizada a coletiva de imprensa do evento e a abertura acontece no próximo dia 10. Com dois dias a menos nesta edição, a feira segue até o próximo dia 19, no Cecon. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial e seu idealizador, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna. Este ano também se comemora os 50 anos do livro "A Pedra do Reino", de Ariano, lançado em 1971. 

Imprescindível para a cadeia do artesanato em Pernambuco, a expectativa é que a 21ª Fenearte movimente R$ 40 milhões em negócios nesta edição. O valor está em linha com o resultado de 2019, que alcançou R$ 45 milhões, em um ano com mais dias de feira e conjuntura econômica mais favorável. Serão 700 espaços de exposição, distribuídos numa área de 30 mil m² e em torno de 5 mil artesãos representados. 

Além de fomentar o negócio do artesanato e da economia criativa como um todo, a Fenearte gera 2,5 mil empregos temporários. Este ano, o onvestimento na feira foi de R$ 7 milhões; superior aos R$ 5,5 milhões de 2019. A previsão é que este ano o número de visitantes chegue a 200 mil, mesmo com os protocolos sanitários que serão exigidos, como as duas doses da vacina contra a covid-19.   

Divulgação
Coordenadora da Fenearte, Márcia Souto, lembra que o evento é predominantemente pernambucano - Divulgação

A coordenadora da feira, Márcia Souto, destaca a importância de pluralidade do artesanato pernambucanos. "Temos artesãos de 26 Estados (menos de Roraima) e de 22 países, mas a feira é destacadamnete do artesão pernambucano, que chega a ter uma participação de 80% no evento, com artistas do Litoral ao Sertão", comemora. 

Rodada de Negócios

O Sebrae, que realiza a Rodada de Negócios da Fenearte vai apostar em mais de uma metodologia este ano para que um número maior de artesãos possa participar. A diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Roberta Correia, adianta que pelo menos 30 compradores vão participar da Rodada.

"Este ano optamos por fazer a Rodada presencial (de 13 a 16 de dezembro) e também online. Serão 40 artesãos participando de Estados como Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Amazonas e Rio Grande do Sul. Além das vendas na feira, que estamos projetando em R$ 40 milhões, também calculamos que poderá ser negociado o equivalente a R$ 2,8 milhões nos próximos 12 meses, a partir do contato no evento", prevê. Além da Rodada, o Sebrae mantém um espaço expositivo de 540 m², que é bastante visitado. 

Novidades na 21ª edição

O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto Abreu, diz que a 21ª Fenearte vai trazer um recorde de novidades. "Todos os anos nos esmeramos para fazer uma Fenearte melhor e maior e nesta edição não será diferente, mesmo com a redução de dois dias de evento. Também há um movimento grande na economia, que não está apenas nas contratações temporárias de pessoal. Nesta edição fizemos 25 processos licitatórios, porque a Fenearte é o resultado de muitas engrenagens que precisam se encaixar", observa.  

No rol de novidades, uma delas vai unir gastronomia e artesanato. É a Cozinha Fenearte, com apresentações diárias de chefs pernambucanos compartilhando suas receitas com o público. O chef César Santos foi o curador da iniciativa. Além dos pratos, peças utilitárias dos artesãos são garimpadas na própria Fenearte para preparar as mesas postas. 

 
 
 
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As mais de duas décadas da Fenearte vão se transformar em livro. A Cepe esté preparando a edição, que será lançada no dia 11 durante o evento. A apresentação do livro será complementada pela exposição fotográfica do artista Fred Jordão. Com o título "O Caminho do Artesanato de Pernambuco", a mostra conta com 85 imagens de artesãos em seus ateliês e oficinas. 

A inclusão também faz parte das inovações da Fenearte este ano. O Projeto Pizza Maker Down vai unir profissionais comsíndrome de down, que vão produzir pizzas e vender no mezanino da Fenearte. No dia 13 de dezembro, às 11h30, eles participam da cozinha show. As ações de assesibilidade serão ampliadas com um projeto de visitas guiadas para pessoas com deficiência visual, auditiva, sensorial e distúrbios de atenção. Já na área de inovação, a feira terá uma plataforma digital além de um aplicativo, que completa quatro anos. 

Quem conhece a Fenearte sabe que ela não é "apenas" a maior feira de artesanato da América Latina, que oxigena os negócios do setor em Pernambuco e transforma a vida dos artesãos. A Fenearte somos nós. Nossa cultura, nossa identidade, nosso bairrismo. Agora é riscar os dias no calendário para mergulhar no universo dessa "festa no reino da arte". A 21ª Fenearte vai começar. 

  

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