ANÁLISE

Economia será 'muito mais forte do que as pessoas colocam', diz presidente da Caixa

Segundo Guimarães, com a transferência de renda temporária, a economia "caiu 4%, e não 10%" em 2020 e "vai crescer muito mais do que o zero em 2022"

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Estadão Conteúdo

Publicado em 13/12/2021 às 19:45
Pedro Guimarães, ex- presidente da Caixa Econômica Federal - Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou nesta segunda-feira (13) que "a economia vai ser muito mais forte do que as pessoas colocam", numa referência ao crescimento econômico de 2022. Em seminário no Rio, o executivo destacou o papel do Auxílio Emergencial, pago pelo governo federal e operacionalizado pela Caixa em 2020 e 2021 para mitigar a crise causada pela covid-19, no desempenho da economia.
Segundo Guimarães, com a transferência de renda temporária, a economia "caiu 4%, e não 10%" em 2020 e "vai crescer muito mais do que o zero em 2022".
Para justificar o otimismo com o desempenho da economia, o presidente da Caixa citou o comportamento das taxas de juros futuros.
Outro sinal de otimismo para a atividade econômica seria o desempenho da Caixa. Segundo Guimarães, o banco emprestará mais em 2022.
O executivo estimou o crescimento do crédito entre 10% e 15% ano que vem. O crescimento do crédito não será afetado pelo ciclo de aperto monetário iniciado em março, conforme Guimarães.
"A alta pontual da Selic (a taxa básica de juros, hoje em 9,75% ao ano) é de curto prazo", disse o presidente da Caixa, em discurso durante seminário promovido pelo Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (Ieja).
Além de pontual, o ciclo de alta nos juros se deveria, segundo ele, ao fato de que o nível mínimo de 2% ao ano da Selic, atingido durante a pandemia, "nunca foi sustentável", tendo sido atingido apenas para combater a crise causada pela covid-19. Conforme Guimarães, essa "alta pontual" dos juros não afetará a expansão do crédito por parte da Caixa.

Mais projeções

O crescimento econômico de 2022 poderá chegar a 2,0% sobre 2021, afirmou o presidente da Caixa, ao explicar a jornalistas seu cenário para a economia, mais otimista que a média do mercado. Segundo Guimarães, seu cenário é baseado na observação do comportamento da economia no interior do País, algo que não é levado em conta por analistas de mercado.
"As pessoas deveriam sair de São Paulo, Rio e Brasília e viajar pelo Brasil, como temos feito", afirmou o executivo, ao deixar o evento promovido pelo Ieja, no Rio.
Na palestra, Guimarães havia dito que a expansão prevista de crédito da Caixa será puxada pela projeção de 10% de avanço no crédito imobiliário, que representa por cerca de 70% da carteira da Caixa. E que deverá haver ainda crescimento no crédito para pequenas empresas e para agropecuária - embora responda por pequena parcela da carteira, o crédito agrícola poderá avançar 50%.
As projeções para a expansão do crédito sustentam o cenário econômico do presidente da Caixa. Segundo Guimarães, no interior do País, é possível observar "uma economia diferente daquelas sobre a qual as pessoas estão falando", numa referência aos economistas de mercado. Nesse Brasil fora dos grandes centros, "520 mil empresas que nunca tiveram acesso a crédito agora têm", disse o executivo, numa referência ao Pronampe, programa de crédito com garantia do Tesouro que foi operado também pela Caixa.
"Este interior continua tomando crédito fortemente", afirmou Guimarães.
 

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