Combustíveis

Buscando menor valor da gasolina, brasileiros esperam até quatro horas em fronteira com a Argentina

Mais uma vez, logo após um aumento de combustíveis, brasileiros correm às fronteiras em busca de menores valores para encher o tanque

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 11/03/2022 às 9:59 | Atualizado em 14/03/2022 às 18:15
A tendência é de redução ainda maior no preço do etanol. - DIVULGAÇÃO

Mais uma vez, logo após um aumento dos combustíveis no Brasil, motoristas correram para Foz do Iguaçu, cidade do Paraná, buscando economizar até 70% ao cruzar a fronteira com a Argentina.

Uma das cidades que está recebendo brasileiros é Puerto Iguazu, distante cerca de 20 quilômetros da fronteira. No local, motoristas estão pagando entre 67 e 69 pesos argentinos o litro da gasolina, equivalentes a R$ 3,10 a R$ 3,20, menos da metade do preço que ele gastaria no Brasil. 

Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que, apesar da vantagem econômica, abastecer na Argentina é uma operação demorada, já que Puerto Iguazú recebe cada vez mais brasileiros. A fila para cruzar a aduana pode chegar a três quilômetros, equivalentes a uma hora de espera; já o engarrafamento no posto costuma chegar a até quatro horas.

"Se [a gasolina] superar os R$ 7, não tem por onde correr. A busca pelo combustível mais barato gera longas filas, mesmo assim ainda vale a pena. Não sei qual é a mágica que o governo argentino faz para ter a gasolina tão barata", disse o funcionário público Carlos Mendes à Folha. Ele cruza a fronteira em média a cada 25 dias.

O Paranapetro, sindicato dos revendedores de combustíveis e lojas de conveniências do Paraná, denunciou que desde o último final de semana, "algumas distribuidoras já começaram a aumentar os preços de venda para os postos, antes de qualquer anúncio oficial de elevação na Petrobras, alegando uma maior entrada de combustíveis importados no mercado".

Para abastecer na Argentina, desde dezembro motoristas estrangeiros têm algumas restrições para poder abastecer depois de alguns postos ficarem sem combustíveis diante da alta procura.

Cada veículo estrangeiro tem o limite de 15 litros de gasolina por abastecimento. O serviço também tem restrição de horário.

Paraguai

Outra fronteira procurada pelos brasileiros quando o combustível aperta no bolso é a do Paraguai. Em Cidade de Leste, do lado paraguaio da Tríplice Fronteira, as filas de carros são menores, mas a economia também é reduzida. Mesmo assim, o preço do litro de gasolina é 30% a 40% mais barato do que no Brasil.

As cidades de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, são divididas por uma rua, assim, a busca por combustíveis no país vizinho é mais facilitada.

Até a última atualização do site Global Petrol Prices, um litro de gasolina no país vizinho está custando 8.420 guaranis paraguaios, o equivalente a 6,04 reais.

Nas redes sociais, há relatos de quem busca por gasolina em outros países. "R$ 1,20 foi o aumento no Posto que abasteço. Gasolina 7,69 (Curitiba / Posto BR). Nas cidades da fronteira com o Paraná (Argentina R$ 4,50 / Paraguai R$ 5,25)", escreveu um usuário do Twitter.

"Brasileiro atravessando a fronteira da VEN pra pegar gasolina mais barata. E a fronteira com a ARG por comida mais barata", escreveu outro internauta.

Julio Holz foi um dos que procurou gasolina na Argentina. "Moro aqui na fronteira com a Argentina, abasteci hoje cedo lá por R$3,82 o litro da gasolina premium deles. Imagino que lá também vai subir, torcer pra que não seja tanto", escreveu ele no Twitter nesta sexta (11).

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