A rotina nos hotéis e operadoras de turismo em Porto de Galinhas foi de apreensão, mas também de um certo alívio nesta sexta-feira (1). A presença maciça de policiais nas ruas garantiu o restabelecimento de parte da rotina dos cerca de 10 mil turistas que devem passar este final de semana na praia mais badalada do Litoral Sul de Pernambuco.
Os acessos às praias do Cupe, Muro Alto, Porto de Galinhas e Maracaípe, estavam livres de bloqueios e com presença de banhistas. Diferente de ontem (31) quando foram montadas barreiras nas estradas, em meio a onda de protestos por conta da morte de Heloysa Gabrielly, de 6 anos, na última quinta-feira (31) atingida por um tiro depois de uma ação policial na comunidade onde ela morava.
HOTÉIS
Segundo o diretor executivo da Associação de Hotéis de Porto de Galinhas, Ulisses Ávila, a ocupação para este fim de semana está em torno de 80%. "Não observamos cancelamento de reservas até porque quem está hospedado hoje em Porto comprou o pacote há pelo menos dois meses. O tempo médio de permanência de um turista aqui fica entre 6 e 7 dias, portanto, o que aconteceu ontem foi algo pontual, que pode prejudicar a imagem de Porto como destino turístico sim, dependendo da forma como é noticiado, mas prejuízos imediatos para a hospedagem ainda não há", afirmou Ulisses Ávila.
O empresário reconhece que o cancelamento de passeios marcados para esta sexta-feira (até por conta da paralisação dos bugueiros e jangadeiros) e a permanência do comércio fechado alterou a rotina dos hospedes por mais um dia, embora haja alternativas. "Hoje já foi possível ver os turistas de volta às praias. E, de qualquer forma, a maior parte dos hotéis dispõe de boas estruturas de lazer e entretenimento para os hóspedes que preferirem ficar em seus hotéis", afirmou Ulisses, que espera o retorno das atividades do comércio neste sábado e domingo.
PASSEIOS
Marcos Teixeira, diretor da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav), também está confiante. Ele disse que muitos turistas que deveriam ter ido a Porto de Galinhas na noite de quinta-feira (31) preferiram dormir em hotéis no Recife, por conta da insegurança de ontem, e só chegaram a Porto de Galinhas na manhã desta sexta-feira, depois que a polícia colocou em ação um grande reforço policial, acabando com a onda violenta de protestos ocorrida na noite desta quinta-feira. Apesar do policiamento, pelo terceiro dia a maior parte do comércio não funcionou. "Nós calculamos que entre 600 e 700 turistas que tinham excursões e passeios programados para hoje (1) tiveram que cancelar suas atividades por precaução", afirmou Marcos Texeira.
Ele salienta que o aconteceu em Porto de Galinhas repercutiu negativamente em todo o País. "As notícias correm rápido. Ainda estamos avaliando as perdas que a imagem do turismo em Porto terá com tudo o que aconteceu, por isso sou a favor que o policiamento se mantenha até que tudo esteja realmente resolvido. Quanto aos protestos, é legítimo que a população se manifeste, o que não pode haver é vandalismo, como houve nos últimos dois dias, que só prejudica todo o comércio e assusta moradores e turistas", afirmou Marcos Teixeira.