NEGÓCIOS

Venda do grupo Big, dono do Bompreço, ao Carrefour vai fechar 14 lojas

Negócio, aprovado pelo Cade, prevê o desinvestimento de unidades para evitar concentração de mercado

Cadastrado por

Lucas Moraes

Publicado em 26/05/2022 às 22:02 | Atualizado em 10/06/2022 às 21:47
O Cade determinou o fechamento das lojas do grupo Big - PAULO DANIEL/JC IMAGEM

A compra do grupo Big Brasil, dono do Bompreço, pelo Carrefour irá culminar no fechamento de 14 lojas em todo o País. Nessa quarta-feira (25), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o negócio, anunciado em março do ano passado, envolvendo transação de R$ 7,5 bilhões e 387 lojas detidas ou operadas pelo Big.

No Cade, a aprovação do negócio foi condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações, que prevê desinvestimento de lojas e outras obrigações.

No caso dos desinvestimentos, foi negociado um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) que prevê a venda de unidades de autosserviço atualmente detidas pelo Grupo Big, envolvendo os municípios de Gravataí (RS), Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (AL), Olinda (PE), Paulista (PE), Recife (PE), Santa Maria (RS) e Viamão (RS).

Em comunicado ao mercado, o Carrefour Brasil confirmou que o ACC prevê que 14 lojas (11 hipermercados/atacarejos; e 3 supermercados/soft discount) deverão ser desinvestidas após o fechamento da Operação, as quais representam aproximadamente 3,6% do parque total de lojas e 6,0% da receita de 2021 do Grupo BIG. 

Quais unidades exatamente serão vendidas ainda não foi informado pela empresa. O grupo BIG é responsável atualmente pelas bandeiras Big, Big Bompreço, Bompreço Nacional e Todo Dia (no varejo). No atacado, o Big é responsável pelas lojas Maxxi. 

Esse "remédio" visa coibir uma concentração no segmento, já que, por meio da bandeira Atacadão, o Carrefour Brasil é a maior rede de atacarejo do País, enquanto o Big é a terceira maior, segundo o Cade.

Desde 2018, o Grupo Big pertencia à sociedade formada entre a empresa de investimentos Advent International e o Walmart.

Em seu voto, o conselheiro relator Luiz Hoffmann explicou que não foram identificadas preocupações concorrenciais referentes aos mercados de atacado de distribuição e postos de revenda de combustíveis, apenas no segmento de varejo de autosserviço.

"Tal remédio tem o condão de reduzir as elevadas concentrações e o alto nexo de causalidade decorrente da operação nos mercados relevantes tidos como problemáticos, de modo que a alienação dos estabelecimentos a terceiros possibilitará o aumento da pressão competitiva enfrentada pelo Grupo Carrefour no cenário pós-operação, mitigando a redução da concorrência causada pela saída do Grupo Big e reduzindo probabilidade de exercício de poder de mercado", explicou Hoffmann.

Os grupos Carrefour e Big ainda assumiram o compromisso de preservar a viabilidade, atratividade e competitividade das lojas que terão de ser vendidas até que o desinvestimento seja concluído.

O ACC estabelece ainda que as empresas não poderão adquirir novamente os ativos desinvestidos por um período determinado no acordo, cujo prazo é confidencial. Além disso, elas estão obrigadas a notificar quaisquer operações envolvendo supermercados, hipermercados, atacarejos e clubes de compras, ainda que elas não atinjam os parâmetros de notificação obrigatória de atos de concentração ao Cade.

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