Com gasolina, energia e comida caras, Recife difere do Brasil e tem maior prévia da inflação do País

Na Região Metropolitana do Recife, aplicação tardia do teto do ICMS manteve preços em patamares altos
Lucas Moraes
Publicado em 26/07/2022 às 19:30
COMBUSTÍVEIS // GASOLINA // REDUÇÃO PREÇO GASOLINA // VARIAÇÃO PREÇO COMBUSTÍVEIS Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


Diferente do cenário nacional, a prévia da inflação do mês de julho no Recife não desacelerou, avançando em relação ao indicador (IPCA-15) de junho. Enquanto na prévia do sexto mês o índice bateu os 0,84%, neste mês de julho a variação foi de 0,87%, influenciada pela manutenção do patamar do preço da gasolina. No País, a prévia inflacionária foi a 0,13% em julho, 0,56 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em junho (0,69%).

Na Região Metropolitana do Recife, segundo os dados divulgados nessa terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),foi registrada a maior alta do IPCA-15 por conta da gasolina (1,25%) e do lanche (3,95%).

Com a demora da aplicação do teto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido por meio de lei federal, no Grande Recife, além da gasolina, também sofreu efeito reverso ao visto nacionalmente a energia elétrica (+1,09%). As variações de energia elétrica foram desde -12,02% em Goiânia (GO), onde houve redução do ICMS de 29% para 17%, até o valor registrado no Recife - o maior dentre as regiões pesquisadas.

O resultado de alta no Recife, enquanto o País vivenciou algum alívio trouxe o choque do que poderia baixar, mas no baixou (energia e gasolina) com o que continuou subindo em todo o País (alimentos).

Segundo o IBGE, os setores de Transportes (-1,08%) e Habitação (-0,78%) contribuíram conjuntamente com -0,36 p.p. no índice do mês, já que no final de junho foi sancionada a Lei Complementar 194/22, que reduziu as alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.

O movimento, no entanto, no foi sentido no Recife, em virtude do prazo para incorporação da Lei legislação estadual ter sido prolongada em relação às demais cidades.

De acordo com os dados do IPCA-15, O grupo de transportes sentiu uma redução de 5,01% no preço da gasolina e de 8,16% no do etanol na média do País.

Já na outra ponta, no caso da alimentação, o movimento foi o oposto, com aceleração de 0,25% para 1,16% em todo o País, em função dos aumentos do leite longa vida (22,27%) e derivados como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%).

Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.

No caso das altas, o Recife não fugiu à regra, apresentando alta de 1,49% na Alimentação no Domicílio e 1,93% na Alimentação Fora do Domicílio.

Houve ainda aceleração na alimentação fora do domicílio que teve alta de 1,27% em julho, ante 0,74% do mês anterior.

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