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Governo central tem déficit primário de R$ 45,223 bi em junho, informa Tesouro

O resultado sucedeu o déficit de R$ 45,014 bilhões em maio

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Estadão Conteúdo

Publicado em 27/07/2023 às 16:33 | Atualizado em 27/07/2023 às 20:57
O Governo Central engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência - Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas

As contas do Governo Central registraram déficit primário em junho. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 45,223 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 45,014 bilhões em maio.

O saldo - que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - foi o pior desempenho para o mês desde 2021, quando registrou déficit de 73,474 bilhões, em valores nominais. Em junho de 2022, o resultado havia sido positivo em R$ 14,588 bilhões.

O resultado do mês passado ficou próximo das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um saldo negativo de R$ 45,30 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast. O dado de junho ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 52,90 bilhões a R$ 33,20 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre do ano, o Governo Central registrou déficit de R$ 42,509 bilhões, o pior resultado desde 2021. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era positivo em R$ 54,293 bilhões.

Em junho, as receitas tiveram queda real de 22,2% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 5,1%. Já as despesas subiram 4,9% em junho, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 5,1%.

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Em 12 meses até junho, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 41,5 bilhões - equivalente a 0,41% do PIB. A meta fiscal para 2023 admite um rombo primário de até R$ 238,2 bilhões.

No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado na semana passada, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 145,4 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 1,4% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repetiu ontem que o governo ainda mira um déficit de 1,0% do PIB em 2023.

Tesouro (incluindo BC) tem superávit primário de R$ 6,477 bilhões em junho

As contas do Tesouro Nacional - incluindo o Banco Central - registraram um superávit primário de R$ 6,477 bilhões em junho, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 122,476 bilhões.

Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 51,700 bilhões no mês passado. Nos primeiros seis meses do ano, o resultado foi negativo em R$ 164,984 bilhões. As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 82 milhões em junho e de R$ 127 milhões no acumulado de 2023 até o mês passado.

Despesas sujeitas a teto de gastos sobem 8,8% até junho (limite em 2023 é 18,5%)

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 8,8% no acumulado do ano até junho na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%.

As despesas apenas do Poder Executivo variaram 8,9% no período (a margem nesse caso também é de 18,5%).

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