Agro FTI, uma das melhores do Brasil, completa 30 anos de história

Empresa, que é liderada pelo empresário Marcelo Tavares de Melo, acumula dezenas de premiações pelo trabalho nas raças bovinas Sindi e Nelore, e ovina Santa Inês
JC
Publicado em 06/08/2023 às 18:21
Agro FTI Rebanho Sindi no municipio de Bezerros Pernmabuco Foto: DIVULGAÇÃO


A Agro FTI (Fazenda Três Irmãos), localizada em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, chegou aos 30 anos de história como uma das mais prestigiadas empresas do setor agropecuário. Em sua trajetória nessas três décadas, acumula centenas de premiações e é reconhecida nacionalmente pela performance genética nas raças de bovinos Sindi e Nelore, e de ovinos Santa Inês.

A história da Fazenda Três Irmãos começa quando o empresário Marcelo Tavares de Melo esteve com seus três filhos na tradicional Exposição de Animais de Pernambuco, no Parque do Cordeiro, e adquiriu três carneiros da raça Santa Inês (um macho, Pelé) e duas fêmeas (Bianca e Madonna) iniciando a construção de um plantel que hoje ultrapassa 300 animais com diversas premiações que fizeram a FTI ser consecutivamente a melhor criadora da raça desde 2016.

Marcelo Tavares de Melo buscava dar materialidade a um antigo interesse pela pecuária, iniciado ainda na infância, já que sua família possuía gado criado em regime de confinamento quando começou a conviver com a atividade. Mas a experiência com os ovinos era uma coisa nova, especialmente pela oportunidade de trazer a raça Santa Inês para a realidade do Nordeste participando do seu melhoramento genético na Região.

Após a compra dos primeiros animais, seguiu-se a compra de outras fêmeas puras de origem (p.o.), até a aquisição, no ano seguinte, de um Grande Campeão da mesma exposição (com 75 kg). Ao investimento inicial dos três animais seguiu-se o interesse pela raça e teste com outras, sempre focando melhoria em pastagens, nutrição, genética, e aposta firme em tecnologia, com a implantação de inseminação artificial, transferência de embriões e congelamento de sêmen, todos realizados em laboratório próprio.

ENTUSIASMO FEZ TODA A DIFERENÇA

Divulgação - Agro FTI - Fazenda Três Irmãos em Bezerros Pernambuco.

Entusiasmado com as possibilidades, Tavares de Melo, ao lado do empresário Luiz Felipe Brennand, considerado um dos pioneiros na introdução e melhoria genética na nova geração de ovinos no Nordeste brasileiro, foi conhecer experiências de manejo na África do Sul. Essa visita os levou a trazer embriões das raças Boer e Dorper que foram testadas na unidade sede da FTI e depois descontinuadas.

Solidariedade e oportunidade de negócios marcam leilão para comemorar os 30 anos da Agro FTI

O interesse pela Santa Inês se consolidou nos anos seguintes com a presença de mais animais, iniciando a série de fêmeas e machos Grandes Campeões. A marca FTI virou referência nacional pela excelência do seu plantel, mas especialmente pelo conceito de investimento em melhoramento genético que resultava na produção de animais cada vez mais adaptados à região agrestina, cujo descendentes poderiam ajudar no melhoramento da ração na ponta pelo pequeno produtor de carne e de leite.

Por 20 anos o negócio foi tocado por Tavares de Melo, até que, há 10 anos, ele decidiu entregar a gestão da área de ovinos ao filho João Carlos, que cresceu acompanhando a criação de Santa Inês. Raça, inclusive, que acabou por consolidar a marca no mercado nacional, chegando ao estado da arte no segmento com a introdução da tecnologia de clonagem ano passado.

PAIXÃO PELO GADO SINDI

Marcelo decidiu entrar numa nova área da pecuária, desta vez no segmento de bovino, apostando na raça Sindi com a mesma proposta que iniciara 20 anos atrás com a ovinocultura: produzir animais de pura linhagem voltados para melhoramento genético que possa ser usado pelo produtor rural na ponta.

Ainda em 2013, ele comprou as primeiras matrizes da raça Sindi (um plantel de 15 fêmeas) provenientes dos criadores Pompeu Borba e Rodrigo Vasconcelos. No final de 2014, também iniciou a criação de gado Nelore, com matrizes oriundas, em sua maioria, do afixo CCAB do empresário Cornélio Brennand.

A raça Sindi é uma zebuína originária do Paquistão. Ela foi forjada na região desértica ao norte da província Sindi, possui dupla aptidão (carne e leite), sua rusticidade e precocidade se destacam no mundo do zebu, em especial pela docilidade. Por isso, é a raça zebuína que mais cresce no Brasil.

O Sindi é um gado de porte médio, com pelagem na cor vermelha e tem chamado atenção dos criadores por vir se adaptando às regiões mais extremas do Brasil, alcançando rapidamente o modelo frigorífico precocemente (pode ser abatido em até 30 meses), com rendimento de carcaça superior a 56%, característica atestada pelos diversos abates técnicos realizados pelo Brasil.

FORÇA COMERCIAL TAMBÉM É MARCA

Além disso, o leite do Sindi é diferenciado porque 90% dos seus indivíduos são positivos para Beta Caseína A2A2, o produto lácteo com essa característica possui valor agregado, sendo muito procurado por parte da população que possui intolerância à lactose.

Segundo Marcelo Tavares de Melo, ele tem condições de se tornar uma referência no Nordeste pela rusticidade e por ser usado tanto para a pecuária de corte como de leite, ajudando o pequeno produtor a ter mais uma renda enquanto o animal cresce.

O conceito da FTI é, portanto, usar todo o conhecimento e tecnologia disponível para entregar animais de manejo mais simples de modo a que o chamado espalhamento da raça se dê na ponta.

AMPLIAÇÃO DO VALOR DA FTI

A experiência na caprinovinocultura foi levada para o plantel de Sindi de modo que, em apenas uma década, a marca FTI chegou ao reconhecimento devido a participações e grandes conquistas nas principais exposições da raça, incluindo a Expozebu.

Para Tavares de Melo, as perspectivas da raça Sindi são muito boas no Nordeste porque com o trabalho de vários melhoradores já espalhados pelo Brasil a raça começou a ter evolução de sua carcaça de modo que, em breve, será uma alternativa para a raça Nelore, dominante no Brasil com mais de 250 milhões de animais e que sustenta a liderança do Brasil no ranking mundial de proteína animal.

“Quando se observa o crescimento das características do Sindi no Brasil e em especial no Nordeste onde estamos participando pode-se ver como ela vem evoluindo e como tem potencial de ser uma opção real de corte e de leite”, afirma Marcelo Tavares de Melo.

“Em menos de 20 anos o perfil do Sindi de um gado de porte pequeno vem evoluindo e chegando a carcaças maiores que permitem a entrega para o abate com até 500 quilos que remunera bem o produtor rural”, acrescenta.

“Naturalmente, o Sindi é um animal menor que o Nelore, mas ele está chegando a um perfil que passa a ser economicamente muito interessante para o produtor do Nordeste que não tem a oferta de água e pasto de outras regiões do Brasil”, segue.

OBJETIVO DA FTI: CHEGAR AO PRODUTOR

A FTI também passou a criar a raça Nelore originada na região de Ongole na Índia, sendo atualmente a mais difundida no Brasil, presente em 85% dos rebanhos brasileiros, tornando-se base para diversos cruzamentos industriais.

Segundo Tavares de Melo, a adaptação dessa nova geração pura do gado Sindi - resultado desse melhoramento da raça original - permitiu que ele começasse a chegar na ponta com as pastagens disponíveis graças à melhoria genética e de tecnologias da implantação de inseminação artificial, transferência de embriões e congelamento de sêmen.

Para o empresário, o trabalho da FTI tem esse foco: chegar ao produtor. “As premiações são muito importantes. Elas são o reconhecimento do trabalho e a dedicação das nossas equipes, diz. Mas nós sempre estamos focados em como fazer que mais criadores da raça Sindi possam ter mais rendimento de modo a permitir o espalhamento dela na região”, finaliza.

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