Após ver a Petrobras anunciar um reajuste de 41 centavos por litro de gasolina vendido para as distribuidoras na semana passada, os consumidores começam a sentir a diferença no preço do combustível na bomba, em especial os recifenses. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio registrado de 13 a 19 de agosto na capital pernambucana foi de R$ 5,90, 43 centavos a mais do que na semana anterior, de 6 a 12 de agosto.
O reajuste médio de 7,86% no litro da gasolina é o maior do país para o período analisado e coloca Recife em 10º lugar no ranking de capitais com a gasolina mais cara. Entre os 26 postos de combustíveis analisados pela ANP no Recife, o preço máximo registrado foi de R$ 5,99 e o mínimo de R$ 5,65.
Recife foi a única capital onde o reajuste registrado pela ANP (R$ 0,43) foi maior do que o anunciado pela própria Petrobras (R$ 0,41). Em Goiânia, o aumento no preço médio registrado foi exatamente igual ao promovido pela petroleira para suas distribuidoras (R$ 0,41). Em outras 20 capitais, houve um reajuste menor, em três não houve variação e em duas o preço médio registrado caiu.
IMPACTO DO REAJUSTE
Segundo a economista do C6 Bank Claudia Moreno, o impacto do reajuste do diesel (+25,83%) e da gasolina (+16,27%) anunciado pela Petrobras pode demorar um pouco para ser totalmente sentido pelos consumidores de todo país por conta dos estoques dos postos, mas não é só na bomba que o reajuste de preços pode gerar impacto.
“Quando ocorre reajuste da gasolina e do diesel, existe o que chamamos de impacto direto e indireto. O direto se dá pelo peso que os combustíveis têm na cesta do consumidor, ou seja, o custo que ele tem para abastecer o carro. Mas quando diesel e gasolina sobem, outras mercadorias também tendem a ficar mais caras, já que os produtos que compramos no mercado precisam ser transportados até lá e o preço do transporte aumenta com o combustível mais caro”, explica Moreno.
A economista do C6 Bank calcula que o reajuste promovido pela Petrobras na semana passada terá um impacto de 0,3 ponto percentual no IPCA de 2023. O C6 Bank projeta que a inflação do ano será de 5,4%.