Segundo o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial, morar na capital pernambucana custa, hoje, R$ 44,53 por metro quadrado, valor que só fica atrás de São Paulo (R$ 49,69/m²) e Florianópolis (R$ 49,41/m²). A pesquisa mostra ainda que o aumento nos preços dos imóveis residenciais anunciados na internet, para locação em solo recifense, foi de 9,10% nos últimos 12 meses encerrados em julho.
Advogado especialista em negócios imobiliários, Amadeu Mendonça explica que a redução nos juros básicos, a Selic, deve provocar um movimento de baixa nos aluguéis nos próximos meses. “Mesmo com a renda fixa gerando bons dividendos, a maior parte das pessoas que compraram imóveis nos últimos meses estavam buscando rentabilidade por meio do aluguel. Com os juros do crédito habitacional caindo, haverá mais oferta na praça e, consequentemente, maior poder de negociação para os locatários”, explica.
Embora os dois índices mais utilizados nos contratos de reajuste de aluguel, o IGP-M e o IPCA, venham registrando queda, o advogado Amadeu Mendonça explica que as negociações para redução de valores só costumam acontecer a cada três anos, por meio dos pedidos de ação revisional, previstos em lei. “Mas o locatário pode se beneficiar de uma movimentação no mercado, provando que é um bom inquilino, que fez benfeitorias no imóvel ou comprovando que na região em que mora há imóveis equivalentes com valores mais competitivos”, comenta.
PREÇO DO ALUGUEL
Com base no comportamento dos preços de locação em 25 cidades brasileiras, o Índice FipeZAP+ apurou uma alta de 1,35% no aluguel residencial em julho de 2023. No referido mês, os imóveis residenciais com quatro ou mais dormitórios registraram a maior elevação no valor do aluguel (+2,00%), contrastando com o incremento mais modesto entre unidades residenciais com dois dormitórios (+1,04%).
Em termos comparativos, o comportamento do Índice FipeZAP+ de Locação Residencial (+1,35%) superou as variações registradas pelo IPCA/IBGE (+0,12%) e pelo IGP-M/FGV (-0,72%).
Dentre as 25 cidades que integram o cálculo do índice, 24 localidades acompanharam a valorização do índice, incluindo as seguintes capitais: Florianópolis (+2,38%); Curitiba (+1,68%); São Paulo (+1,58%);
Rio de Janeiro (+1,53%); Porto Alegre (+1,47%); Brasília (+1,42%); Fortaleza (+0,84%); Goiânia (+0,72%); Recife (+0,66%); Salvador (+0,55%); e Belo Horizonte (+0,28%).
Com base nos últimos resultados, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial acumulou uma alta de 10,71% no balanço parcial de 2023 (até julho), superando nesse recorte temporal as variações acumuladas do IPCA/IBGE (+2,99%) e do IGP-M/FGV (-5,15%).
Individualmente, todas as 25 cidades monitoradas acompanharam o resultado médio do índice, incluindo as capitais anteriormente mencionadas: Florianópolis (+26,66%); Goiânia (+24,92%); Fortaleza (+14,52%); Rio de Janeiro (+14,18%); Curitiba (+12,42%); Belo Horizonte (+10,73%); São Paulo (+9,05%); Brasília (+8,71%); Porto Alegre (+7,86%); Salvador (+7,21%); e Recife (+4,74%).
Análise dos últimos 12 meses: considerando os resultados mensais, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial passou a acumular uma alta nominal de 16,27% nos últimos 12 meses encerrados em julho de 2023, resultado que também superou, nesse horizonte temporal, as variações acumuladas pelo IPCA/IBGE (+3,99%) e pelo IGP-M/FGV (-7,72%). A valorização mais expressiva abrangeu a locação de imóveis com um dormitório (+18,89%), contrastando com o aumento menos expressivo entre unidades de quatro ou mais dormitórios (+10,96%).
Em termos de abrangência geográfica dessa valorização, todas as 25 cidades que integram a cesta do índice registraram incrementos nos preços do aluguel residencial, incluindo as 11 capitais desse rol: Goiânia (+37,39%); Florianópolis (+36,10%); Curitiba (+21,33%); Rio de Janeiro (+19,80%); Fortaleza (+18,09%); Belo Horizonte (+16,50%); Porto Alegre (+15,31%); Brasília (+14,27%); São Paulo (+14,03%); Recife (+9,10%); e Salvador (+7,92%).
Preço médio de locação residencial: com base em dados de 25 cidades monitoradas pelo Índice FipeZAP+ de Locação Residencial em julho de 2023, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais foi apurado em R$ 40,58/m². Os maiores valores médios foram observados no aluguel de imóveis residenciais de um dormitório (R$ 51,71/m²) e os menores, entre unidades com três dormitórios (R$ 35,64/m²).
Comparando-se os resultados apurados para as capitais envolvidas no cálculo do índice, a cidade de São Paulo (SP) apresentou o preço médio mais elevado (R$ 49,69/m²), seguida por: Florianópolis (R$ 49,41/m²); Recife (R$ 44,53/m²), Rio de Janeiro (R$ 42,99/m²); Brasília (R$ 39,59/m²); e Belo Horizonte (R$ 34,76/m²). Em contraponto, as capitais monitoradas pelo Índice FipeZAP+ com os menores valores de locação residencial incluíram as seguintes: Fortaleza (R$ 26,63/m²); Porto Alegre (R$ 30,00/m²); Salvador (R$ 31,59/m²); e Goiânia (R$ 32,83/m²).
RENTABILIDADE DA LOCAÇÃO
A razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis é uma medida de rentabilidade (rental yield) para o investidor que opta em adquirir o imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel.
Com base em dados de julho de 2023, o retorno médio do aluguel residencial foi avaliado em 5,53% ao ano, patamar inferior à rentabilidade média projetada para aplicações financeiras de referência nos próximos 12 meses. Entre os tipos de imóveis residenciais, a maior rentabilidade foi identificada no aluguel de unidades com apenas um dormitório (+6,04% a.a.). Já no cômputo individual das capitais, destacaram-se os retornos da locação residencial em: Recife (6,96% a.a.); Salvador (6,13% a.a.); Goiânia (5,77% a.a.), Florianópolis (5,72% a.a.) e São Paulo (5,71% a.a.).