Quem vê aquela movimentação de carrinhos levando peças de artesanato de lá para cá; pilhas de caixas por todos os lados; barulho de furadeiras em ação; trabalhadores 'pendurados' montando a cenografia e artesãos arrumando seus estandes, não imagina que, em algumas horas, a Fenearte vai começar. Muitas vezes é preciso entrar pela madrugada, mas no final fica tudo pronto.
Quando os portões do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, se abrirem nesta quarta-feira (3), a maior feira de negócios do artesanato da América Latina estará montada para receber um público estimado em 300 mil pessoas. Em sua 24ª edição, a Fenearte acontece de 3 a 14 de julho e tem como tema “Sons do Criar — Artesanato que Toca a Gente. A feira é realizada pelo governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe).
A diretora executiva Fenearte e diretora-geral de Promoção da Economia Criativada Adepe, Camila Bandeira, diz que o trabalho começa com bastante antecedência, mas que a véspera é sempre corrida. "A feira conta com uma superestrutura. São mais de 25 mil m² de feira, 700 estandes e 5 mil artesãos para organizar. Além disso, tem a programação de shows, os espaços de exposição, os desfiles e as oficinas", enumera.
ESTREANTES E VETERANOS
Pela primeira vez na Fenearte, a artesã Cláudia Amaral chegou na tarde desta terça-feira (2) para arrumar seu espaço dentro do estande do Programa do Artesanato de Pernambuco (PAPE). Trouxe a prima Taiana Cavalcanti para ajudar. "Minhas primas me incentivaram a me inscrever (em março) e fui selecionada. Confesso que nem esperava porque sou artesã desde 1996, mas tive um problema de saúde e precisei mudar das esculturas de resina para uma nova criação", conta.
Dona da marca Oxente Criei (@oxentecriei) ela desenvolveu La Ursas personalizadas de material reciclável, misturando espuma de embalagens de eletrodomésticos, que são descartadas no meio ambiente) e biscuit.
Quem passa pelo espaço não deixa de observar as peças. As pequenas La Ursas estão vestidas com gola de caboclo de lança, com tema junino, montadas numa capivara, caracterizadas como Frida Kalo, com indumentária de chef de cozinha, vestidas de bailarinas, de roqueira e tantas outras.
As peças variam de R$ 100 a R$ 375; dependendo do tamanho e da complexidade. Uma das La Ursas, por exemplo, tem a roupa coberta de palha pintada de azul e colocadas uma a uma. Cada peça leva pelo menos três dias para ficar pronta.
Se Cláudia Amaral está estreando na Fenearte, Da Luz da Costa é veterana. Há 10 anos vem com o Prograna de Artesanato do Piauí para participar da feira. "Trabalho com tapetes de palha taboa. Trouxe bastante peças e espero vender tudo", aposta a artesão, que passou a tarde desta terça arrumando o estante junto com o grupo piauiense.
A abertura da Fenearte acontece nesta quarta-feira (3), às 14h, no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda, com presença da governadora Raquel Lyra. Os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia entrada), de segunda a quinta-feira; e R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia), de sexta-feira a domingo. A partir deste ano e possível comprar a entrada pelo site https://www.evenyx.com/24a-fenearte