Salgueiro, Central e Afogados da Ingazeira são os pernambucanos da Série D do Campeonato Brasileiro que irão receber os R$ 120 mil oriundos do financiamento não reembolsável feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A chegada do suporte financeiro, solicitado pelos clubes à entidade, foi encarada com alívio pelos presidentes do Carcará, da Patativa e da Coruja. Os dirigentes, porém, não esqueceram de pedir mais sensibilidade da entidade à condição dos times intermediários, sobretudo aos que não estão em nenhuma Divisão do Campeonato Brasileiro.
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Desde o dia 15 de março a CBF suspendeu os torneios sob sua chancela como reflexo da chegada da pandemia do coronavírus ao País. Como espécie de "efeito cascata", ocorreram paralisações de estaduais em todo o território nacional. A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) anunciou a interrupção do torneio local em 16 de março.
"Na minha opinião o mais importante foi a conscientização e reconhecimento, por parte da CBF, de que precisa ajudar os clubes. Mas é fundamental lembrar que foram atendidos os pedidos de clubes que estão nas Séries C e D, mas há times dos estaduais que não estão em nenhuma Divisão e não podem ser esquecidos", declarou o presidente do Salgueiro, José Guilherme.
O mandatário do Carcará destacou ainda que o valor de R$ 120 mil vai ajudar muito neste primeiro mês sem atividades no futebol. "Só saberemos se foi suficiente dependendo do tempo que durarem as paralisações (de competições). Se for por quatro meses, aí já se torna insuficiente. Vamos ficar torcendo para que o futebol volte logo e que a CBF se volte também aos clubes que estão fora dos Brasileiros", completou.
A preocupação com os times que estão no Campeonato Pernambucano, mas não atuam em Divisões do futebol nacional, também foi compartilhada pelo presidente do Afogados da Ingazeira, José Nogueira. "A ajuda veio em boa hora. Foi importante porque os presidentes de todos os clubes que jogam os estaduais do Brasil pediram em três parecelas de R$ 75 mil, com exceção dos clubes das séries A e B. Nos surpreendemos porque veio para C e D e alguns clubes foram deixados de fora, como Vitória, Decisão, o Petrolina, que também precisam de ajuda. Mas é uma ajuda importante. Já tinham atletas ligando para saber sobre pagamento e eu estava na dependência dessa ajuda da CBF", contou.
Já o presidente do Central, Alexandre Cesar, foi mais crítico na análise da situação dos clubes intermediários. Além do suporte emergencial da CBF em momentos de crise, ele sugeriu mudanças na política praticada pela entidade a essas agremiações.
"É uma ajuda importante, um valor considerável, que vai ser muito útil, mas isso não precede a nossa responsabilidade de continuar trabalhando para construir um Central melhor. Essa ajuda vai ser integralmente usada para pagamento de folha do nosso pessoal, funcionários. O Central agradece, mas precisamos de mais. Precisamos de calendários mais competitivos, competições mais rentáveis. Não é com um aporte pontual assim, em um momento de crise, que vai fazer a diferença. Precisamos de políticas sérias voltadas aos clubes para que os clubes não sofram tanto. Precisamos de políticas efetivas que mudem a história dos clubes", cobrou.