Esperança de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o ginasta Arthur Zanetti foi mais um atleta que acabou sendo prejudicado pela pandemia do novo coronavírus. Focado na preparação para a Olimpíada que aconteceria em julho e agosto deste ano - adiada no mês passado para o mesmo período em 2021 -, o campeão olímpico e mundial estava perto de seu auge na forma física e agora se dedica em casa, em São Caetano do Sul (SP), para se manter bem condicionado durante a quarentena imposta pelas autoridades sanitárias.
"Entendo que o adiamento dos Jogos Olímpicos era mesmo necessário por causa do surto do coronavírus, mas fiquei frustrado porque estava numa preparação avançada e boa para competir em julho", afirmou Zanetti, que estava com a seleção brasileira em Baku, no Azerbaijão, e já havia até mesmo disputado a qualificação das argolas no dia 12 de março quando os organizadores da etapa da Copa do Mundo interromperam a competição no meio por causa da pandemia da covid-19. A seleção ainda iria para a etapa de Doha, no Catar, marcada para a semana seguinte, mas a entrada no país foi fechada e a competição cancelada.
"A preocupação só não é maior porque não estamos mais nos preparando para nenhuma competição no momento. Pelo fato de as Olimpíadas terem mudado de data, para o ano que vem, a gente vai ter que estar 100% em 2021", comentou o brasileiro, que, de volta ao País, assim como todos os ginastas e outros atletas, viu seu ginásio de treino ser fechado por causa da pandemia e passou a trabalhar em casa.
"Minha rotina de treino no momento está baseada em preparação física específica da ginástica. Eu monto o treino do dia e faço os exercícios. Nem preciso de planilha do meu técnico Marcos Goto porque já tenho experiência. Não tem um tempo específico, mas é em torno de 50 minutos a 1h20 de exercícios. A quarentena é uma forma de a gente se resguardar até essa pandemia passar", afirmou o campeão olímpico nas argolas em Londres-2012 e medalhista de prata no mesmo aparelhos nos Jogos do Rio-2016.
O foco é em manter o condicionamento físico, mas Arthur alertou que "não é possível estar com o corpo a 100%" como seria se estivesse cumprindo a sua rotina diária. "No ginásio tenho os aparelhos oficiais, os aparelhos auxiliares, toda a aparelhagem da musculação. Em casa tento reproduzir os mesmos exercícios que faço no ginásio, mas adaptados, utilizando sofá, cadeira e outros objetos de casa, mas sem fazer a parte técnica", explicou
Zanetti anunciou pelas redes sociais, juntamente com a mulher Jéssica, que vai ser pai de um menino pela primeira vez em alguns meses. Por isso aproveita a quarentena para acompanhar de perto a gravidez da esposa. Seu primeiro filho, Lian, nascerá em alguns meses. "Estou motivado com a notícia da vinda do meu filho, muito feliz. É um fator motivacional enorme. Acho que vou conseguir levar o filhão para as Olimpíadas", completou.