Del Nero participa de audiência na CAS contra banimento do futebol pela Fifa

Del Nero foi indiciado por procuradores federais dos Estados Unidos em novembro de 2015 pela acusação de conspiração financeira
Estadão Conteúdo
Publicado em 13/10/2020 às 14:55
Del Nero foi banido pela Fifa por corrupção e suborno Foto: AFP


Ex-presidente da CBF, Marco Polo del Nero participou nesta terça-feira (13) da sua audiência de apelação na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) contra o banimento vitalício imposto pela Fifa em função da acusação de ter recebido subornos de milhões de dólares.

A CAS explicou que a audiência de apelação contra a punição imposta há cerca de dois anos e meio pelo Comitê de Ética da Fifa foi realizada por videoconferência. Não há uma data para apresentação de um veredicto, mas é costumeiro levar meses para que o tribunal o revele.

Del Nero foi indiciado por procuradores federais dos Estados Unidos em novembro de 2015 pela acusação de conspiração financeira e corre o risco de prisão caso deixe o Brasil. Mas não pode ser extraditado e não deixou o país desde então. Os promotores americanos alegam que ele recebeu milhões de dólares em propinas por acordos comerciais por competições sul-americanas como a Copa América e a Libertadores.

Hoje com 79 anos, Del Nero era membro do Comitê Executivo da Fifa e presidente da CBF quando fugiu da Suíça em maio de 2015. Ele saiu depois que vários dirigentes foram presos em Zurique, numa operação de uma extensa investigação da Justiça dos Estados Unidos por corrupção no futebol internacional.

Del Nero renunciou ao seu cargo no Comitê Executivo da Fifa, que lhe garantia um salário anual de US$ 300 mil (aproximadamente R$ 1,67 milhão, na cotação atual) em novembro de 2015. Na mesma semana, foi indiciado nos Estados Unidos, com a Fifa abrindo uma investigação formal.

Já o Comitê de Ética da Fifa o considerou culpado por acusações de suborno e corrupção, por aceitar presentes e conflito de interesses, sendo banido em abril de 2018. Del Nero negou qualquer irregularidade e argumentou em sua apelação à Fifa que o órgão mundial do futebol não poderia assumir jurisdição sobre questões da Conmebol e da CBF.

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