Acompanhada sob a atenção dos seus compatriotas, de líderes políticos e de estrelas do esporte, a recuperação de Diego Maradona da sua operação de edema cerebral, na noite de terça-feira (3), evolui bem, de acordo com as informações do médico pessoal do craque. Mas não há qualquer previsão de alta.
"Ele está sem complicações associadas à operação cirúrgico. Ele tem um pós-operatório excelente", disse Leopoldo Luque, às dezenas de jornalistas postados nesta quarta-feira (4) na portas da clínica privada de Olivos, nos arredores de Buenos Aires.
Quando perguntado quando Maradona vai deixar a UTI, Luque, que é neurocirurgião e dirigiu a intervenção no craque, foi cauteloso. "A evolução de Diego é dia a dia. Hoje estará na terapia intensiva e vamos ver quando fizermos uma tomografia de controle", disse o médico, que não deu detalhes sobre a causa do edema.
Maradona, que acabou de completar 60 anos, foi operado após ser transferido para a clínica de Olivos de um centro médico da cidade de La Plata, onde havia sido internado na segunda-feira para vários exames devido à desidratação, anemia e quadro depressivo.
Na terça-feira, então, um exame de rotina detectou um hematoma subdural, algo geralmente causado por uma pancada no cabeça. Ele, então, passou por uma cirurgia para drenar o líquido acumulado. "Riu e segurou minha mão", disse Luque, relatando a reação do atual técnico do Gimnasia Y Esgrima quando o dreno foi retirado.
Pessoas próximas ao ex-capitão da seleção argentina afirmaram que ele estava abatido nos últimos dias e não queria comer. O seu advogado, Matías Morla, revelou que nos últimos dias Maradona estava bastante melancólico e com um comportamento atípico.
"Diego apresentou um quadro de depressão. A princípio, o psicólogo ligou à questão do aniversário (o craque fez 60 anos no dia 30), à pandemia e diversas circunstâncias que o estavam cercando. Depois, ao ver que o quadro avançava, foi feita a internação, e os exames resultaram na intervenção. Sempre nos aniversários, ele sofre com uma espécie de nostalgia. Sentia falta da mãe, e isso sempre é assim nos aniversários. Mas, nesse ano foi mais", explicou.
Campeão mundial com a seleção argentina no México, em 1986, e vice na Itália, em 1990, teve graves problemas de saúde por causa do vício em drogas e álcool. No ano passado, ele foi operado em um dos joelhos.