Comoção, tumulto e gás no velório

Da redação
com agências
Publicado em 27/11/2020 às 2:00


Com as mãos elevadas, ou chorando, os fãs passavam diante do caixão do ídolo que morreu na quarta-feira aos 60 anos, vítima de uma parada cardíaca.

"Ele é um gênio, ele é o povo, ele é como nós, a vida, o amor", disse Andrés Quintero, de 42 anos, que viajou duas horas, da cidade de Tigre, para acompanhar o velório.

Uma enorme fita negra atravessa a entrada da Casa Rosada, que tem a bandeira a meio mastro em sinal do luto nacional de três dias.

"Foi o melhor do mundo, vamos sentir falta, e destroçou nossa alma com sua partida", disse à AFP Diego Armando Cabral, um pedreiro de 29 anos que recebeu o nome em homenagem ao jogador.

A Argentina passou a noite em claro, esperando a chegada do corpo de Maradona à Casa Rosada. Desde o entardecer de quarta, centenas de pessoas já se acumulavam na região que compreende o Obelisco até as proximidades da Praça de Maio, em frente à sede do governo, para esperar.

Uma homenagem em forma de aplausos e cânticos entoados exatamente às 10 horas da noite - fazendo alusão ao camisa 10 - aconteceu na quarta-feira. Na mesma hora, todos os estádios de futebol do país acenderam as suas luzes. O ato se repetiu às 10 horas da manhã de ontem.

A chegada do corpo de Maradona à Casa Rosada aconteceu por volta das 4 da manhã, mas o acesso ao caixão, fechado, coberto por camisetas da seleção argentina, Boca Juniors e bandeira nacional, foi permitido ao público às 6 horas. "Eu tive uma infância difícil e, por muito tempo a melhor coisa da minha vida foi ver o Maradona jogar", disse um torcedor mais velho que esperava na fila quilométrica que se formou na porta da Casa Rosada.

Ele refletiu o sentimento de cerca de 40 milhões de argentinos que choram a morte do camisa 10. A fila para se aproximar do caixão de Maradona se formou na extensão da Avenida de Mayo. Pessoas esperavam para despedir-se.

O clima era parecido ao da entrada de um estádio de futebol em dia de final de campeonato, embalado pelas conhecidas canções de "cancha" que os argentinos tanto gostam. São esperadas milhares de pessoas na cerimônia que marca o adeus ao jogador, entre eles o presidente Alberto Fernández.

Um dia depois da morte de Diego Maradona, o seu advogado Matias Morla usou as redes sociais para reclamar da demora no socorro por parte do serviço de saúde da Argentina ao ex-craque no final da manhã de quarta. Em um comunicado oficial, ele disse que também que é "inexplicável" que Maradona não tenha tido atenção durante 12 horas do pessoal destinado a cuidar dele.

"Quanto ao informe da perícia de San Isidro, é inexplicável que durante 12 horas meu amigo não tenha tido atenção nem controle por parte do pessoal de saúde deslocado a esse fim. A ambulância demorou mais de meia hora para chegar, o que foi um crime. Este fato não pode passar por alto e vou pedir que se investigue até as últimas consequências", escreveu Morla em seu Instagram.

A autópsia, realizada no início da noite de quarta-feira, concluiu que a causa da morte foi por insuficiência cardíaca, que gerou um edema agudo no pulmão e um mal súbito. "Insuficiência cardíaca aguda, em um paciente com uma miocardiopatia dilatada, insuficiência cardíaca congestiva crônica que gerou edema agudo de pulmão", disse o comunicado.

 

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