Kelvin Hoefler fez história ao conquistar a primeira medalha do Brasil no Skate Street, modalidade que estreou no programa olímpico. A prata obtida pelo paulista foi também a primeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Visivelmente emocionado, ele falou das dificuldades até chegar ao ápice, com a conquista da medalha olímpica. "É difícil descrever, foram muitos anos de luta. Isso representa o skate brasileiro, nossa garra, persistência. O skate do Brasil merece. É o começo de uma geração que está por vir", disse Kelvin.
"Vim de uma cidade pequena, que não tinha prática do skate. Era bem difícil conciliar, meu pai policial. O skate me abraçou", complementou.
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Hexacampeão mundial, Hoefler vive em Los Angeles, na Califórnia, mas cresceu no litoral paulista. Ele é de Vicente de Carvalho, na periferia do Guarujá (SP), e começou a praticar a modalidade aos 9 anos na cozinha da casa dele. Vendo o jeito do filho para a coisa, o pai passou a incluir alguns obstáculos no trajeto até a garagem, passando pela sala, e o menino foi se desenvolvendo.
"Tive uma lesão esses dias, machuquei o ombro, as costelas. Lembrei da luta que eu vim. Nunca fui o favorito, prefiro ser assim, mantendo o pé no chão", disse Kelvin.
CELULAR E ABRAÇO
Durante a disputa da final, as imagens flagraram várias vezes o brasileiro falando no celular entre uma manobra e outra. "Era minha esposa, Ana Paula, fotógrafa e me ajuda muito. Pâmela Rosa (que vai competir neste domingo pela equipe brasileira do street) também me deu aquela motivação. Foi a minha coach", disse Kelvin, que quis dar um abraço no repórter da Globo, Kiko Menezes, que fazia a entrevista. O abraço não veio, em respeito ao distanciamento social por conta da pandemia, mas teve um sonoro cumprimento.