Disputar os Jogos Paralímpicos já é um grande feito na carreira de qualquer atleta, por se tratar do mais alto nível de competição esportiva, imagine conquistar uma medalha de ouro na primeira Paralimpíada. A alegria que a pernambucana Carol Santiago transpareceu mostra o quanto é gratificante atingir um objetivo. Aos 36 anos, ela conseguiu o primeiro lugar nos 50m livre, na classe S13 (para atletas com deficiência visual), batendo o próprio recorde paralímpico (de 26s87 para 26s82). O dia 29 de agosto de 2021 está para sempre marcado na vida dela.
''Foi uma emoção muito grande, pois essa medalha premia todo o trabalho realizado pela comissão técnica e todo o investimento que foi feito em mim como atleta. Não posso deixar de agradece a todos os meus patrocinadores, ao meu clube (Grêmio Náutico União) e a torcida do Estado de Pernambuco'', afirmou a nadadora, com um sorriso.
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A pernambucana se tornou a primeira mulher do país a subir ao alto do pódio desde 2004 (17 anos) na natação. A felicidade é tanta que os agradecimentos não pararam. Ela fez questão de lembrar do apoio dos torcedores e dos familiares. ''Quero agradecer a todo mundo que está torcendo, que estão me mandando mensagens. Estou muito feliz. Agradeço também a minha família, que vem me acompanhando. Estou competindo muito melhor por causa desse apoio de vocês. Muito obrigada!'', celebrou a paratleta.
Recorde quebrado
A marca anterior havia sido alcançada por Carol Santiago nas eliminatórias da mesma prova (50m livre). Ela também é detentora do recorde mundial, com o tempo de 26s72. O pódio nas Paralimpíadas de Tóquio foi completado com a presença de Anna Krivshina, do Comitê Paralímpico Russo, que fechou a final com 27s06 e levou a medalha de prata, e a italiana Carlotta Gilli, que conquistou o bronze com 27s07.
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"Estou muito feliz. É incrível estar aqui nesta competição tão importante. Eu me senti bem desde o primeiro dia em que cheguei ao Japão.Tenho recebido muito carinho. Quando terminei a prova, soube que tinha ganhado porque ouvi o pessoal gritando o meu nome. Agradeço a todos pela torcida e pelos brasileiros que têm chorado e dado risadas com a gente", concluiu Carol Santiago.
História de vida e conquistas
Natural de Recife, Carol Santiago nasceu com síndrome de Morning Glory, que é uma alteração congênita na retina e reduz o campo de visão. Até 2018, de acordo com a assessoria de imprensa, praticava natação convencional, quando decidiu migrar para o esporte paralímpico. Na capital japonesa, já havia conquistado a medalha de bronze para o Brasil nos 100m costas da classe S12.
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Além dos prêmios em Tóquio, a paratleta tem medalha de ouro nos 50m e 100m livre, além de prata nos 100m costas e no revezamento 4x100m livre 49 no Mundial da categoria em Londres 2019. Nos Jogos Parapan-americanos de Lima (Peru), no mesmo ano, a recifense levou o ouro nos 50m livre, nos 100m livre, nos 100m costas e nos 400m.