Náutico completa dois meses sem futebol com desafios, mas com os salários em dia

Reportagem do Jornal do Commercio fez um balanço dos dois primeiros meses de paralisação do futebol e dos desafios enfrentados pelo Náutico
Fernando Castro
Publicado em 17/05/2020 às 8:31
Muheres, negros e LGBTs poderão denunciar violência através do aplicativo e site do Náutico Foto: Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem


Com as atividades suspensas há dois meses, o Náutico vem enfrentando uma série de dificuldades financeiras, assim como a grande maioria dos clubes brasileiros. Mas em meio à pandemia do novo coronavírus, o Timbu tem um motivo importante para comemorar. Mesmo com todos os desafios causados pela ausência de jogos, como a perda significativa de receitas, o clube é o único da capital pernambucana com os salários em dia com os jogadores e funcionários, o que não significa tranquilidade aos cofres alvirrubros.

Além da perda de receitas provenientes dos jogos, como bilheterias, bares, patrocinadores pontuais e a diminuição no quadro de sócios por consequência, o Náutico sofreu neste período de pandemia com a incerteza quanto ao recebimento de receitas que já estavam sendo contadas pelo clube. Foi o caso do atraso do Flamengo em pagar a parcela da compra do atacante Thiago e a indefinição em relação à cota de televisionamento da Série B. Essas adversidades fizeram a diretoria atrasar o direito de imagem do elenco em cerca de 20 dias.

Trabalhando diariamente para buscar soluções e garantir as receitas que tinha direito, minimizando assim os prejuízos, o Náutico negociou com o Flamengo por cerca de um mês e chegou a um acordo. O Timbu recebeu do clube carioca a parcela de abril no valor de 250 mil euros (correspondente a mais de duas folhas salariais do elenco), postergou as demais prestações para a próxima temporada e acertou o retorno por empréstimo do atacante Thiago. O dinheiro permitiu a diretoria quitar a imagem dos atletas.

A cota de televisionamento da Série B foi outra questão financeira resolvida. Depois do Náutico e dos demais clubes da divisão enviarem uma carta à CBF e à emissora detentora dos direitos de transmissão, foi definido uma redução de 30% no valor das parcelas de abril, maio e junho. A partir de julho, no entanto, esse desconto será redistribuído nas demais parcelas até dezembro. Preparada para os próximos meses, a diretoria alvirrubra acredita que o planejamento do clube não será alterado.

DENTRO DE CAMPO

Dentro de campo, mesmo sem futebol, a diretoria do Náutico se movimentou no mercado e anunciou as contratações de três reforços para o setor ofensivo visando a disputa da Série B. Os meias Dadá Belmonte e Júnior Brítez foram os primeiros jogadores contratados após a paralisação dos campeonatos. Por último, o clube acertou o retorno do atacante Thiago por empréstimo junto ao Flamengo até o final do ano. Com a chegada dos novos jogadores e a indefinição quanto ao retorno das atividades, a diretoria vai aguardar para voltar ao mercado em busca de reforços.

Neste período de pandemia, também houve despedida nos Aflitos. Com o término de contrato no mês de abril, o atacante Jefferson Nem deixou o Náutico. A diretoria alvirrubra, aliás, aproveitou as sondagens para garantir a permanência do meia Jean Carlos até o final de 2022. O clube também negocia e está otimista para renovar o empréstimo do atacante Erick, que termina no final de junho. Com contrato até o final do ano, o goleiro Jefferson é outro jogador que negocia a renovação com o Timbu.

PERSPECTIVA

Passado dois meses de paralisação dos campeonatos, o calendário do futebol brasileiro para o decorrer da temporada segue indefinido. Com um cenário de incertezas em meio ao aumento de casos da covid-19 em Pernambuco e no Brasil, o Náutico desmarcou a reapresentação do elenco planejada para o dia 11 de abril e preferiu não marcar uma nova data. O presidente Edno Melo reafirmou o apoio do clube ao Governo do Estado e aos órgãos de saúde do país. Dessa maneira, vai aguardar as novas orientações dos órgãos competentes para definir o retorno das atividades.

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